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Fidelidade responde a 8.500 sinistros causados pelo Leslie em 30 dias, com custo de oito milhões

Hoje, a seguradora tem 90% dos sinistros regularizados. Nos casos em que não conseguir dar resposta, devolverá integralmente o prémio.
26 Novembro 2018, 13h44

A tempestade Leslie passou por Portugal há cerca de trinta dias, precisamente o período que a seguradora Fidelidade estabeleceu como o limite para dar resposta aos 8.500 sinistros comunicados nas primeiras horas e durante o dia 14 de outubro passado.

Para que melhor se entenda este número de sinistros, José Alvarez Quintero, administrador da Fidelidade, explica ao Jornal Económico que é o equivalente aos sinistros comunicados, habitualmente no espaço de dois meses. “Nos dois dias seguintes, segunda e terça-feira, tivemos cerca de duas mil chamadas. Para abrir os 8.500 sinistros, envolvemos uma equipa de 90 pessoas que, passados apenas três dias, tinham todos os sinistros abertos”, afirma.

“O que foi fundamental, porque só depois é possível enviar os peritos”, esclarece ainda o responsável.

Ao distrito de Coimbra, particularmente à Figueira da Foz, a um cenário de centenas de milhares de habitações sem telhados e eletricidade, pessoas desalojadas, estradas cortadas, danos na via pública e árvores caídas, com muitas empresas obrigadas a interromper a sua atividade, a seguradora enviou uma task force de cerca de 90 peritos, que trabalharam sábados e domingos, apoiados por cinco drones que viriam a permitir acelerar, ter maior eficácia e, em menos de 30 dias, ter mais de 90% dos sinistros regularizados.

Metade dos estragos foram em habitações

Certo de que dentro de uma semana todos os processos estarão fechados, José Alvarez Quintero avança que as previsões apontam para que o custo total dos sinistros seja de aproximadamente oito milhões de euros, sendo que 50% são danos em habitações (com 25% do total das habitações a ficar afetadas) e a restante metade em empresas, sobretudo indústria, que apesar de terem registado menos sinistros envolvem valores superiores.

“Reafirmamos o compromisso único que a Fidelidade tem com os seus clientes: a partir do momento em que o sinistro nos é comunicado, e no período de 30 dias úteis, regularizamos o sinistro ou damos uma resposta fundamentada. Caso não consigamos regularizar, porque, por exemplo, aguardamos um orçamento sem o qual não podemos concluir o processo, ou por um outro motivo que não permita que enviemos uma resposta fundamentada, assumimos o compromisso de devolver integralmente o prémio. Esperamos sempre que sejam poucos os casos em que temos de devolver o prémio mas quando há situações em que não cumprimos com o nosso dever, e nestas situações tão especiais ainda é mais do que um dever, devolveremos o prémio, sem deixar de pagar o sinistro, claro”.

Recordando o forte impacto dos incêndios sofridos o ano passado, o responsável dá ainda nota de que os resultados desta catástrofe, ainda assim, “comparam favoravelmente” com os quase 50 milhões de euros de custos registados então. Mas alerta que, caso se tivessem cumprido as previsões que apontavam para a passagem da tempestade pela cidade de Lisboa, os resultados seriam bem mais graves: “para esse cenário, esperávamos poder chegar aos 30 ou 40 mil sinistros, aos quais seria muito mais complicado responder e regularizar tão rapidamente como o fizemos”.

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