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Filha de Dias Loureiro suspeita de branqueamento de quatro milhões de euros

Catarina Dias Loureiro, filha do antigo ministro Manuel Dias Loureiro, é suspeita de ajudar o sogro a branquear quatro milhões de euros.
23 Maio 2019, 21h50

Catarina Loureiro foi detida esta semana em Madrid, onde vive, noticou esta tarde a TVI. É suspeita de participar num alegado esquema de branqueamento de quatro milhões de euros.

A operação tem como principal suspeito o sogro de Catarina, Raul Morodo, um dos fundadores do partido socialista popular, ex embaixador de Espanha em Portugal e na Venezuela. Catarina Loureiro é casada com Alejo Morodo, também detido. Foram feitas buscas nas casas e escritórios.

A investigação das autoridades espanholas acredita que Catarina, tal como o marido, Alejo Moredo, ajudaram o pai deste a esconder a fortuna obtida através de um esquema de corrupção em transações comerciais internacionais. Segundo a TVI, Raul Morodo terá falsificado documentos e fugiu ao Fisco, entre 2012 e 2015. A grande lesada terá sido a empresa pública de petróleos da Venezuela, país onde o pai de Alejo foi embaixador.

O jornal El País avança que a operação da polícia espanhola ocorreu no dia 20 de maio. Raul Morodo não foi detido devido à avançada idade, ao contrário do filho Alejo, de Catarina Loureiro e de mais um casal próximo de Alejo (o sócio e a mulher).

Os detidos foram mais tardes libertados, tendo o juiz aplicado como medida de coacção a Alejo Morodo e a Carlos Prada a proibição de sair de Espanha e a obrigação de se apresentarem uma vez por semana no tribunal. As mulheres de ambos devem comparecer de 15 em 15 dias.

Catarina Loureiro desmente, no entanto, a noticia avançada pela TVI, apesar de a imprensa espanhola citar as autoridades judiciais do país quanto ao seu envolvimento no caso e detenção.

“Perante as notícias que estão a ser veiculadas por meios de comunicação social em Portugal, venho informar e desmentir categoricamente que tenha sido detida ou chamada a prestar declarações em qualquer investigação policial”, afirmou num curto comunicado enviado às redações.

A TVI refere que a nvestigação decorre em Espanha, Andorra, Portugal e Estados Unidos da América, países onde terão sido branqueados centenas de milhões de euros.

Raul Morodo desempenhou funções de embaixador de Espanha em Portugal entre 1995 e 1999, época em que desenvolveu relações privilegiadas com algumas das mais influentes figuras do nosso país. Mário Soares, Cavaco Silva, António Guterres, Guilherme de Oliveira Martins, Belmiro de Azevedo e Ferro Rodrigues, Francisco Balsemão, Durão Barroso, entre outros.

Jorge Sampaio, o Presidente da República, impôs-lhe, a título excepcional, a Gran Cruz da Ordem de Cristo, que poderá perder, agora que é suspeito da prática destes crimes.

(Noticia atualizada com declarações de Catarina Loureiro)

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