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“Fim do mundo” é já em 2036 se emissões não diminuírem, afirma ministro do Ambiente

João Pedro Matos Fernandes afirmou esta quarta-feira, que caso o Donald Trump tome a decisão errada sobre o compromisso norte-americano no Acordo de Paris, haverá “inevitávelmente um prejuízo”.
31 Maio 2017, 20h17

O ministro do Ambiente advertiu que “se o Sr. (Donald) Trump decidir mal, no sentido de relaxar o compromisso dos EUA com o Acordo de Paris, há inevitavelmente um prejuízo para todos nós, ainda que eu esteja convencido de que se trata mais de um sobressalto do que de uma tendência”, citou a Lusa.

De acordo com fonte anónima próxima da presidência, o líder norte-americano deverá formalizar a saída dos EUA do acordo de Paris sobre alterações climáticas, relata a imprensa internacional.

Matos Fernandes destacou a situação dos países em vias de desenvolvimento, realçando que, em termos de dimensões de ajuda, financeira e técnica, o que é “otimisticamente de sobressalto” acabará “por traduzir-se num prejuízo pesado”.

“Temos todos consciência de que se não fizermos nada no sentido da redução significativa dos gases que provocam efeito de estufa é já em 2036 que o armageddon [fim do mundo] pode estar à nossa frente. E aqui o armageddon não é um nome de filme. Atingiremos os tais dois graus acima da temperatura média do planeta, acima do que era no início da revolução industrial e a partir daí a vida na terra por razões climáticas será muito mais difícil do que aquilo com que já todos nos confrontamos”, alertou.

Para o ministro, é “uma asneira do ponto de vista de criação de riqueza, emprego e bem-estar, abandonar ou fazer perigar os compromissos de Paris”. Contudo, destacou que “aquilo que as empresas americanas investiram, nomeadamente empresas do setor do consumo, aquilo que é o papel que a própria comunidade científica americana desempenhou e desempenha, não permitirá que haja uma reversão profunda. Mas este sobressalto será certamente preocupante”.

Durante a campanha das presidenciais, Trump prometeu que iria anular o acordo sobre as alterações climáticas, mas desde que governa o país que tem enviado sinais contraditórios, refletindo as correntes contrárias que atravessam a sua administração, conclui a agência de notícias.

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