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Fim do regime de layoff no Reino Unido pode levar a taxa de desemprego de 10%

Taxa de desemprego pode chegar aos dois dígitos em 2020 caso o programa de layoff em vigor seja terminado antes do tempo, alertam especialistas. Governo admite não conseguir proteger todos os empregos.
28 Julho 2020, 18h20

Um estudo do Instituto Nacional de Investigação Económica e Social (NIESR), do Reino Unido alerta para um aumento da taxa de desemprego caso o governo de Boris Johnson decida terminar o regime de layoff em vigor. O instituto aponta para uma taxa de desemprego que pode ultrapassar os 10% este ano, num cenário em que o esquema é terminado.

“O planeado encerramento do esquema de layoff aparenta ser um erro, motivado por um desejo incompreensível de limitar gastos”, afirmou Garry Young, o director do NIESR. “O esquema foi desenhado como uma ponte para atravessar a crise e há o risco de estar a ser terminado demasiado cedo. O regime tem tido um sucesso inegável em termos de manter trabalhadores em layoff ligados ao seu emprego”, concluiu Young.

Os trabalhadores abrangidos por este esquema recebem 80% da sua remuneração paga pelo governo (até 2.758 euros mensais). Este regime, inicialmente, duraria até ao final de julho, tendo sido prolongado até outubro. O Chanceler do Tesouro, equivalente ao ministro das Finanças, já se mostrou “triste” por não poder proteger todos os postos de trabalho afetados.

A análise da NIESR também aponta para uma queda de 10% no PIB britânico e estima que a economia só recupere no fim de 2023. Outro aspecto que se irá agravar com o cenário de pandemia é a dívida pública, que poderá atingir os 105% do PIB, algo que é parcialmente contra-balançado pelo aumento da poupança das famílias e “mais gerível” dadas as baixas taxas de juro.

O think tank também prevê que, caso não seja descontinuado, o regime de layoff só abrangeria 1,25 milhões de trabalhadores no final do ano, algo que Young defende é “uma forma relativamente barata de limitar a subida no desemprego”. Por sua vez, o Departamento do Tesouro avisa que “não é do interesse de ninguém manter o esquema permanentemente”, defendendo que “o apoio estatal seja reduzido lentamente, à medida que nos focamos em reintroduzir trabalhadores em layoff de volta aos seus empregos”.

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