Um estudo do Instituto Nacional de Investigação Económica e Social (NIESR), do Reino Unido alerta para um aumento da taxa de desemprego caso o governo de Boris Johnson decida terminar o regime de layoff em vigor. O instituto aponta para uma taxa de desemprego que pode ultrapassar os 10% este ano, num cenário em que o esquema é terminado.
“O planeado encerramento do esquema de layoff aparenta ser um erro, motivado por um desejo incompreensível de limitar gastos”, afirmou Garry Young, o director do NIESR. “O esquema foi desenhado como uma ponte para atravessar a crise e há o risco de estar a ser terminado demasiado cedo. O regime tem tido um sucesso inegável em termos de manter trabalhadores em layoff ligados ao seu emprego”, concluiu Young.
Os trabalhadores abrangidos por este esquema recebem 80% da sua remuneração paga pelo governo (até 2.758 euros mensais). Este regime, inicialmente, duraria até ao final de julho, tendo sido prolongado até outubro. O Chanceler do Tesouro, equivalente ao ministro das Finanças, já se mostrou “triste” por não poder proteger todos os postos de trabalho afetados.
A análise da NIESR também aponta para uma queda de 10% no PIB britânico e estima que a economia só recupere no fim de 2023. Outro aspecto que se irá agravar com o cenário de pandemia é a dívida pública, que poderá atingir os 105% do PIB, algo que é parcialmente contra-balançado pelo aumento da poupança das famílias e “mais gerível” dadas as baixas taxas de juro.
O think tank também prevê que, caso não seja descontinuado, o regime de layoff só abrangeria 1,25 milhões de trabalhadores no final do ano, algo que Young defende é “uma forma relativamente barata de limitar a subida no desemprego”. Por sua vez, o Departamento do Tesouro avisa que “não é do interesse de ninguém manter o esquema permanentemente”, defendendo que “o apoio estatal seja reduzido lentamente, à medida que nos focamos em reintroduzir trabalhadores em layoff de volta aos seus empregos”.
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