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Finanças antecipam futuras subidas do ‘rating’ porque agências têm perspetiva positiva

O ministério liderado por Mário Centeno refere que “a agência Fitch destaca como pontos fortes da economia portuguesa, em comparação com outras economias com a mesma notação, a manutenção da estabilidade política e institucional, e o maior nível de rendimento per capita”.
22 Novembro 2019, 23h10

O Ministério das Finanças afirma hoje, em reação à manutenção pela Fitch do ‘rating’ de Portugal com perspetiva positiva, que as principais agências de notação financeira atribuem um ‘outlook’ positivo para o país, antecipando “futuras subidas” da avaliação.

“Depois de a DBRS ter decidido, em outubro, aumentar a notação da República, as principais agências internacionais apresentam uma perspetiva positiva para a dívida soberana portuguesa, antecipando assim futuras subidas de ‘rating’”, afirma o Ministério das Finanças em comunicado hoje divulgado, depois de a agência de notação financeira Fitch ter decidido reiterar o ‘rating’ de Portugal em ‘BBB’, com perspetiva positiva.

O ministério liderado por Mário Centeno refere que “a agência Fitch destaca como pontos fortes da economia portuguesa, em comparação com outras economias com a mesma notação, a manutenção da estabilidade política e institucional, e o maior nível de rendimento per capita”, reiterando também “a confiança nas opções de política económica e orçamental do Governo”.

No documento, as Finanças frisam igualmente que, no que respeita à orientação das finanças públicas, “a Fitch acompanha as perspetivas do Governo para o saldo orçamental”, para a “redução sustentada do rácio da dívida pública e uma estratégia de gestão da dívida prudente”, que passa pelo alargamento da maturidade média dos títulos de dívida, pela diversificação da base de investidores e “manutenção de uma almofada de liquidez adequada”.

O ministério aponta também que “a Fitch destaca a robustez do sistema bancário, onde existiram avanços significativos na redução do rácio de crédito malparado, identificando riscos limitados para a estabilidade financeira”.

As Finanças referem ainda que a Fitch salienta “a importância do pagamento antecipado de dois mil milhões de euros ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira”, executado em outubro, e “a redução das responsabilidades contingentes”.

Em 04 de outubro, Mário Centeno referiu, em declarações à Lusa, que o ‘rating’ de Portugal podia em breve passar para níveis mais elevados.

Naquela data, a DBRS melhorou o ‘rating’ da dívida soberana de Portugal de ‘BBB’ para ‘BBB alto’, com perspetiva estável.

“Se mantivermos a trajetória de avaliações positivas consecutivas nos próximos tempos, diria que num prazo muito curto Portugal poderia atingir, não só nesta, mas em outras agências de ‘rating’, essa classificação A”, uma das classificações mais altas, afirmou então o ministro, em declarações à Lusa.

Em 13 de setembro, a agência de notação financeira Standard & Poor’s (S&P) reviu de estável para positiva a sua perspetiva sobre o ‘rating’ de Portugal, mantendo a avaliação da dívida portuguesa em ‘BBB’.

Antes, em 09 de agosto, a agência Moody’s tinha subido igualmente a perspetiva da dívida pública portuguesa, de estável para positiva, mantendo o ‘rating’ em ‘Baa3’, um nível acima do ‘lixo’.

De acordo com o calendário da atualização dos ‘ratings’ previsto para 2019, a Fitch foi hoje a última a pronunciar-se sobre Portugal este ano.

O ‘rating’ é uma classificação atribuída pelas agências de notação financeira que avalia o risco de crédito (capacidade de pagar a dívida) de um emissor, que pode ser um país ou uma empresa.

Cada agência de ‘rating’ tem a sua própria escala de avaliação, mas em todas a melhor classificação é o triplo A (AAA) e as letras C ou D indicam avaliações em que o investimento é considerado de risco ou especulativo (vulgarmente designado ‘lixo’).

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