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Fitch antecipa maiores desafios para países europeus manterem estabilidade das finanças públicas

Agência de notação financeira considera que perspectiva de abrandamento do crescimento do PIB e taxas de juros mais altas se irão refletir em maiores esforços dos países com elevada dívida pública.
  • Reinhard Krause/Reuters
30 Novembro 2018, 13h34

A agência de notação financeira Fitch antecipa que os países europeus irão ter maiores dificuldades em manter os atuais ratings no próximo ano, devido a maiores desafios ao nível das finanças públicas.

Na nota “Fitch Ratings 2019 Outlook: Western Europe”, publicada esta sexta-feira, a Fitch diz que os défices e a dívida pública estão a diminuir na zona euro, mas “irá tornar-se mais difícil para os países [europeus] manter o recente impulso de rating“, ainda que estes se mantenham estáveis.

“A perspetiva para os ratings soberanos da Europa Ocidental é estável. O abrandamento do crescimento do PIB, maiores taxas de juros e pressões para aumentar a despesa de capital será um desafio para a dinâmica da dívida em países altamente endividados. As alterações na combinação de políticas orçamentais irá tornar a consolidação orçamental mais desafiante, enquanto os temas políticos se tornam menos propícia a políticas orçamentais rígidas e reformas ”, diz o diretor senior da Fitch, Michele Napolitano.

A nota da Fitch destaca ainda a incerteza política antes das eleições europeias de maio do próximo ano e sublinha que o acordo sobre a reforma da zona do euro enfrenta dificuldades no futuro.

Sobre Itália, a avaliação da agência aumenta também os riscos fiscais. “Detalhes e implementação da política fiscal continuam a ser um elemento-chave em nossa avaliação de rating soberano”, aponta.

Esta quarta-feira, a Fitch antecipou numa nota que previa um crescimento da economia portuguesa 1,5% no próximo ano, abaixo da previsão do Governo, que antecipa um crescimento de 2,2%. A agência apontou a diminuição do contributo do setor privado e da procura externa provocaria um abrandamento da economia portuguesa. No entanto, destacou que um “enquadramento estrutural robusto”, derivado da diminuição do desemprego, a descida da dívida e uma política fiscal “prudente” contribuiria para que a queda da economia não fosse tão acentuada, permitindo que se mantivesse acima da média de -0,1% de 2007 a 2016.

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