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Fitch desce ‘rating’ de Hong Kong após meses de protestos

A agência de notação financeira desceu a classificação de AA+ para AA, colocando também como negativa a perspetiva de crescimento.
6 Setembro 2019, 08h28

A agência de notação financeira Fitch desceu esta sexta-feira o ‘rating’ de Hong Kong, de AA+ para AA, colocando também como negativa a perspetiva de crescimento, devido aos protestos que abalam o território há três meses.

“Meses de conflito e violência persistentes estão a testar os perímetros e a flexibilidade” do princípio que rege a semiautonomia de Hong Kong, conhecido como “um país, dois sistemas”, apontou a agência em comunicado.

A Fitch salienta que não havia registo de tantas declarações públicas de Pequim sobre os assuntos de Hong Kong desde que a China recuperou a soberania da cidade, em 1997, após um século e meio de domínio colonial britânico.

“O aumento gradual das relações económicas, financeiras e sociopolíticas de Hong Kong com o continente implica a sua integração contínua no sistema de governação da China, o que colocará maiores desafios institucionais ao longo do tempo”, acrescentou.

Na análise da Fitch, os protestos “prejudicaram de forma duradoura a perceção internacional da qualidade e eficácia do sistema de governação e do Estado de Direito de Hong Kong e puseram em causa a estabilidade e o dinamismo do seu ambiente empresarial”.

Finalmente, para justificar a mudança de perspetiva económica para negativa, a empresa de notação financeira assegurou que, apesar de as autoridades terem retirado definitivamente a controversa lei de extradição, que deu origem aos protestos, “é provável que persista um certo grau de descontentamento social”.

Afetada não só pelos protestos, mas também pela desaceleração económica global e pela guerra comercial entre a China e os Estados Unidos, a taxa de crescimento real da economia de Hong Kong será nula este ano, segundo a Fitch, que prevê uma contração no segundo semestre de 2019.

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