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Fitch diz que EDP mostra “progresso” na implementação do plano estratégico

A Fitch sublinhou que este progresso ocorre apesar de um “efeito severo no EBITDA proveniente da geração renovável devido a escassez nos recursos hidro e, a um grau menor, no eólico na Ibéria no primeiro semestre de 2019”.
  • Cristina Bernardo
2 Agosto 2019, 11h09

A agência de notação Fitch disse esta sexta-feira que a EDP-Energias de Portugal está a progredir na execução do plano estrátégico apresentado em março, o que aumenta a visibilidade sobre a possibilidade de a empresa atingir as metas de 2020.A

A Fitch sublinhou que este progresso ocorre apesar de um “efeito severo no EBITDA [lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização] proveniente da geração renovável devido a escassez nos recursos hidro e, a um grau menor, no eólico na Ibéria no primeiro semestre de 2019”.

Explicou que a crescente base de ativos e um perfil de negócio diversificado permitiram à empresa liderada por António Mexia absorver o efeito, enquanto o ganho de extraordinário contribuiu para um aumento homólogo de 11% no EBITDA.

A energética anunciou a 25 de julho que o lucro líquido avançou 7%, em termos homólogos, no primeiro semestre de 2019, para 405 milhões de euros, enquanto o EBITDA cresceu 11% para 1.908 milhões de euros.

O resulta ficou ligeiramente acima das estimativas dos analistas, impulsionado pela atividade global de produção eólica e solar, mas a empresa salientou que as atividades convencionais em Portugal (rede de distribuição, produção hídrica e térmica e comercialização de energia) registaram um prejuízo líquido de 18 milhões de euros na primeira metade de 2019, penalizadas pela manutenção de um contexto regulatório e fiscal adverso, a que se adicionou neste semestre um volume de produção de energia hídrica anormalmente reduzido.

A Fitch recordou que a elétrica registou um impacto negativo de 250 milhões de euros no EBITDA da geração renovável devido à escassez de vento e chuva na Península Ibérica, mas explicou que este efeito foi compensado pela contribuição de uma maior base de ativos, preços mais altos, aumentos de eficiência e a normalização de margens.

Em relação às metas no plano para 2019-2022, a agência de ‘rating’ disse que até junho a EDP “já tinha garantido acordos de venda para 46% dos 7 gigawatts de crescimento capacidade renovável que visa, assinou uma joint-venture para desenvolver projetos eólicos offshore com a francesa Engie e está a implementar projetos de transmissão no Brazil antes do prazo estabelecido”.

Recordou que o plano conjuga um forte crescimento no investimento, de cerca de 9 mil milhões e principalmente em renováveis e redes, com uma “ambiciosa” gestão de portfólio, com 4 mil milhões de euros em rotação de ativos e 2 mil milhões em vendas, eficiência adicional e uma política de dividendos estável.

Sobre o guidance de um EBITDA de 3,5 mil milhões deu euros para este ano, a agência de notação disse que “é exequível à luz de adições em rede (como no Brasil) e renováveis (com 1.3 gigawatts em construção em junho de 2019) e o foco contínuo na eficiência”, adiantado que o marco representaria um “aumento robusto” face aos 3,3 mil milhões de 2018.

[Atualizada às 11h39]

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