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Fitch diz que novo plano estratégico do BCP é ambicioso e focado na rentabilidade

“Temos uma opinião positiva quanto à intenção do BCP de melhorar ainda mais a qualidade da carteira de crédito do banco e atingir um rácio de créditos com imparidade de cerca de 4% no final de 2024”, referem os analistas da agência de ‘rating’.
3 Agosto 2021, 19h59

A Fitch considera que o plano estratégico do Banco Comercial Português (BCP) até 2024 é “ambicioso” e “convincente” em termos de reestruturação operacional, o que deverá apoiar a rentabilidade do banco (lucros). A agência de notação financeira norte-americana defende que este novo plano – que atualiza o de 2021, mais centralizado na redução do risco do balanço – concentra-se no desenvolvimento comercial.

“Esperamos que continue a ser uma força para o rating em comparação com outros bancos de média dimensão do sul da Europa com classificação semelhante. Vemos o plano como ambicioso, mas credível, dado o histórico comprovado do BCP na implementação de medidas de eficiência de custos sem prejudicar a sua marca líder em Portugal”, detalham os analistas.

Numa nota divulgada esta terça-feira, a Fitch salvaguarda, porém, que atingir as metas estabelecidas vai exigir tanto uma forte execução a nível interno como uma forte recuperação económica quer em Portugal quer na Polónia (onde o banco tem a subsidiária Bank Millennium). Aliás, refere que os calcanhares de Aquiles podem advir de uma deterioração significativa da qualidade dos ativos no país – ainda consequência da pandemia – ou de um desmame desorientado das moratórias de crédito.

“No entanto, a melhoria da qualidade dos ativos do BCP, incluindo desde o início da pandemia, aumentou a margem de manobra contra o aumento dos defaults (rádio de crédito com imparidades de cerca de 5,2% no final de junho de 2021 em comparação com 7% há um ano atrás)”, exemplifica a Fitch, no mesmo documento.

Há um ponto no qual a Fitch franze o sobrolho. É que o novo plano estratégico do BCP – apresentado no dia em que a instituição bancária apresentou os resultados líquidos do primeiro semestre (-84% para 12,3 milhões de euros) – prevê aumentar as receitas em 300 milhões de euros ao longo dos próximos três anos, o que deverá fazer subir a receita operacional para cima de 2,6 mil milhões de euros. Contudo, os analistas acham que o objetivo é ambicioso, pois “os resultados dos bancos portugueses continuam sob pressão das baixas taxas de juro e competição feroz”.

“Temos uma opinião positiva quanto à intenção do BCP de melhorar ainda mais a qualidade da carteira de crédito do banco e atingir um rácio de créditos com imparidade de cerca de 4% no final de 2024. Esta meta é alcançável dado o histórico do BCP”, conclui a agência de rating.

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