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Fitch: Risco político não influenciou crise do ‘rating’ português

Entre os 38 países analisados pela Fitch, “questões políticas e de governação foram o ‘gatilho’ ou o principal fator para as crises do ‘rating’ em 21% dos casos” nos últimos 20 anos. Portugal ficou no lado contrário da tabela.
  • Reinhard Krause/Reuters
20 Março 2018, 18h03

O risco político é um dos fatores determinantes para as decisões de rating da Fitch, que não viu este parâmetro como problemático em Portugal durante a crise. Por outro lado, a agência de notação financeira sublinha que países onde o risco político é elevado, têm mais dificuldades em sair da crise e beneficiar de subidas no rating.

Em 2010, a Fitch fez o primeiro downgrade a Portugal descendo um nível em relação à categoria AA, cerca de um ano antes de o então primeiro-ministro José Sócrates ter feito o pedido de ajuda externa. Segundo um relatório da Fitch, publicado esta terça-feira, o risco político não foi um fator que pesou na decisão.

Desde então e até novembro de 2011, Portugal caiu oito níveis para a categoria de ‘lixo’ financeiro, em BB+. Segundo a agência, o risco político voltou a não ser um fator que exacerbou os efeitos da crise em Portugal. Mas houve histórias diferentes.

“Questões políticas e de governação foram o gatilho para ou o principal fator para as crises do rating em 21% dos casos (oito em 38) e os amplificadores ou fatores de suporte em 26% dos casos (10 em 38), acrescentando a 47% de episódios acumulados em que o risco político foi um fator material”, explicou a agência, que analisou o que diz serem ‘crises de rating‘ em 38 países, entre 1997 e 2017.

Segundo a Fitch, nas 12 crises de rating que terminaram em default, os fatores políticos foram mais mais evidentes. Neste subgrupo, em três casos ou 25% houve risco político, enquanto em quatro países ou 33% este foi amplificador. No acumulado, foram 58%.

Por outro lado, “a recuperação é mais lenta quando os fatores políticos e de governação foram importantes condutores da crise”, refere a agência, acrescentando que “faz sentido já que a perda de eficiência do governo e de coesão política pode deixar os soberanos com menos capacidades de implementar programas de ajustamento para recolocar as economias numa posição sustentável”.

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