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Fluxos de investimento EUA-China em mínimos semestrais de nove anos

Envolvidos numa guerra comercial e num contexto pandémico que abrandou as trocas internacionais e a economia mundial, EUA e China registam os valores mais baixos dos últimos nove anos de investimento em cada um dos países.
  • FILE PHOTO: An attendant cleans the carpet next to U.S. and Chinese national flags before a news conference for the 6th round of U.S.-China Strategic and Economic Dialogue at the Great Hall of the People in Beijing, July 10, 2014. REUTERS/Jason Lee/File Photo
18 Setembro 2020, 17h17

Os fluxos de capital entre os EUA e a China atingiram os valores mais baixos dos últimos 9 anos no primeiro semestre do ano, segundo um relatório do Rhodium Group. O valor combinado dos investimentos de cada um dos países no outro foi de 10,9 mil milhões de dólares, ou 9,22 mil milhões de euros, o mais baixo desde o primeiro semestre de 2011.

Também em termos homólogos se verifica um decréscimo de 16,2% neste indicador, que rondou os 40 mil milhões de dólares (33,83 mil milhões de euros) entre o primeiro semestre de 2016 e o segundo de 2017.

Além da pandemia, este valor deriva das tensões entre as duas maiores economias do mundo, que se encontram envolvidas num conflito comercial aberto. As restrições aplicadas por Washington ao setor tecnológico chinês a operar nos Estados Unidos, por exemplo, são apontadas como um dos fatores que condicionaram o fluxo de investimentos asiáticos em território americano.

Apesar do menor número de transações de investimento completadas por empresas chinesas nos EUA, o valor total do investimento direto chinês até aumentou 1,3 mil milhões de dólares (1,1 mil milhões de euros) para 4,7 mil milhões de dólares (3,97 mil milhões de euros), muito graças à compra de uma participação minoritária pela Tencent na Universal Music Group, uma operação de 3,4 mil milhões de dólares (2,88 mil milhões de euros).

Já do lado americano, as empresas travaram novos investimentos em solo chinês, apesar de manterem compromissos já existentes. O investimento direto estrangeiro norte-americano na China caiu 31% em termos homólogos, ficando-se pelos 4,1 mil milhões de dólares (3,46 mil milhões de euros).

A expetativa para o segundo semestre do ano é que não haja uma recuperação destes valores, sobretudo devido à pandemia, às eleições presidenciais que se avizinham e à continuação das tensões entre os dois países, como é exemplo a ordem executiva do presidente Trump a ordenar a venda da operação americana da TikTok a uma empresa nacional.

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