O Fundo Monetário Internacional (FMI) aconselha Portugal a aproveitar as vantagens da recuperação económica para aumentar a ‘almofada financeira’, no relatório preliminar de análise à Zona Euro, esta quinta-feira.
O FMI considera que “a recuperação está a fortalecer-se e tornar-se mais abrangente” na zona euro, com um aumento do consumo privado e da criação de emprego, o que pode contribuir para aprofundar a União Económica e Monetária (UEM).
No entanto, o relatório adverte que continuam a ser necessárias “reformas estruturais nos países, de modo a estimular a produtividade” assim como “reduzir as lacunas de competitividade e ajudar a reavivar a convergência de rendimentos em toda a união”.
“Os países de dívida elevada com pouco ou nenhum espaço fiscal, principalmente Itália e Portugal, mas também França, devem-se consolidar gradualmente de forma a reconstruir as ‘almofadas’ financeiras, aproveitando a recuperação e restante política monetária acomodatícia”, disse o organismo liderado por Christine Lagarde.
Para o FMI os países que já “operam em plena capacidade devem apoiar o processo de recuperação, inclusive aceitando a inflação acima de 2% por um período prolongado e estimulando a procura interna”.
Salienta ainda que “as lacunas de competitividade nos países da Zona Euro aumentaram nos anos após a adoção do euro e continuam amplas”, apesar dos “ajustamentos dolorosos pós-crise que, nos países mais afetados, inevitavelmente se centraram na perda de emprego”.
“Os bancos têm de ser reestruturados e consolidados, descontinuando linhas de negócio não rentáveis, desenvolvendo novas fontes de rendimentos que não resultem dos juros, e racionalizando os níveis de pessoal e as suas redes de agências”, sublinha.
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