As novas tecnologias prometem alterar a indústria dos serviços financeiros. Por enquanto, o mundo atravessa apenas uma fase transitória “constrangedora”, mas daqui a 10 ou 20 anos o panorama vai alterar-se e juntar de vez conceitos como “fintech” ao dicionário. A análise é do Fundo Monetário Internacional (FMI) e consta da última versão da revista “Finanças e Desenvolvimento”.
Para Tommaso Mancini Griffoli, vice-presidente do departamento de Mercado Financeiros e de Capitais do FMI, atualmente, os serviços financeiros estão numa fase de transição. Por um lado, pagar através de cartão de crédito ou contas online é mais fácil e rápido, mas por outro, as transações além fronteiras continuam a ser caras.
A edição de setembro da publicação do FMI dá voz ao Brexit, à relação entre crime e movimentação de dinheiro a nível mundial, à China e às novas tecnologias na banca. O também coautor da obra “Fintech and Financial Services: Initial Considerations” assina o artigo sobre o último tema supracitado, onde refere que as fintech prometem impulsionar significativamente a indústria financeira na era digital – à semelhança do que sucedeu, por exemplo, com as redes sociais nos meios de comunicação social e na fotografia.
Com base num estudo da consultora KPMG, o responsável da entidade liderada por Christine Lagarde sublinha o salto nos investimento neste tipo de sociedades, que chegou aos 9 mil milhões de dólares em 2010 e subiu para 25 mil milhões de dólares em 2016.
“Os legisladores devem adaptar o quadro legal existente, ou desenhar um novo, enquanto procuram reforçar a estabilidade financeira e prevenir a fraude, a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo”, sugere Tommaso Mancini.
Daí o principal desafio destes especialistas ser o de perceber os benefícios das fintech, minimizando os riscos e não interferindo na inovação tecnológica. Como tal, a solução só tem um nome: “isso pede cooperação internacional”, defende o mesmo porta-voz.
Inteligência artificial, criptografia, memória em clouds ou moeda virtual são noções que a organização internacional não ignora. Ainda assim, a publicação adianta que até um sistema regulamentar doméstico bem organizado precisa de cooperação internacional para se manter atualizado e adequado, pelo que qualquer inovação implica auxílio para lá dos territórios nacionais.
De acordo com o organismo, a cooperação económica global que surgiu após a Segunda Guerra Mundial está a desafiar as novas forças políticas. “A inteligência artificial combinada com a explosão de dados disponíveis pode automatizar o ganho de crédito e permitir que o consumidor que pede um empréstimo pague taxas de juros mais representativas em relação à possibilidade de ele ser pago no prazo estipulado”, refere o perito do FMI.
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