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FMI: Portugal deve aproveitar recuperação económica para reduzir dívida

A instituição liderada por Christine Lagarde considera que esta política “é particularmente importante” para este conjunto de países, até porque, alerta, as taxas de juro “provavelmente vão subir”.
13 Novembro 2017, 09h39

O Fundo Monetário Internacional (FMI) defende que os países europeus com dívidas públicas, como Portugal, devem aproveitar a recuperação económica para criar ‘almofadas’ orçamentais e reduzir o endividamento.

“Os decisores políticos devem tirar vantagem das perspetivas positivas para reconstruir ‘almofadas’ orçamentais e desenvolver a capacidade de a economia crescer e absorver choques”, aconselha o FMI no relatório de outono sobre as perspetivas económicas da Europa para 2017, divulgado hoje.

Para o Fundo, países como a Bélgica, França, Itália, Espanha, Reino Unido e Portugal, que têm ainda dívidas elevadas, mas onde a economia está a recuperar, deviam “gradualmente reconstruir espaço de manobra e colocar a dívida numa trajetória descendente”.

A instituição liderada por Christine Lagarde considera que esta política “é particularmente importante” para este conjunto de países, até porque, alerta, as taxas de juro “provavelmente vão subir”.

Ao mesmo tempo, e para todos os países europeus (e não apenas aqueles com uma dívida pública elevada), o FMI defende que a política orçamental “pode ser mais amiga do crescimento e da distribuição” de rendimentos.

“Fazer com que a despesa pública seja mais eficiente e orientada ao crescimento, ao mesmo tempo que se desenha uma política fiscal que apoie a criação de emprego e o crescimento da produtividade, pode fortalecer as fundações da recuperação económica e suportar o potencial de crescimento no médio prazo”, afirma o Fundo no relatório.

O FMI estima que a economia europeia cresça 2,4% este ano e 2,1% no próximo, uma recuperação que, afirma, tem impactos positivos no resto do mundo, mas cuja sustentabilidade “continua em dúvida”.

“No longo prazo, é provável que as tendências demográficas adversas e a produtividade ainda subjugada possam atrasar o crescimento”, admite o Fundo.

Nesse sentido, aconselha “mais progresso” nas reformas estruturais para aumentar a produtividade e defende que a limpeza dos ativos dos bancos “continua uma prioridade”.

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