[weglot_switcher]

Formalização da circulação do euro não aumenta vantagens para a economia cabo-verdiana

A formalização da circulação do euro em Cabo Verde não vai aumentar vantagens para economia cabo-verdiana, afirmou ontem o docente e economista Gilson Pina, realçando ainda que essa oficialização só será possível de forma unilateral.
24 Maio 2018, 13h33

Gilson Pina que dissertou sobre “as vantagens e os inconvenientes da dupla circulação monetária (euro e escudo) para Cabo Verde”, durante o I Congresso Internacional da Economia Cabo-verdiana, que decorre na Cidade da Praia, frisou que o país já acolhe as vantagens dessa circulação informal existente, sobretudo nas ilhas turísticas.

“A formalização da circulação do euro implicaria uma mudança no sistema financeiro e o próprio banco central teria perdas no que concerne às receitas senhoriagem”, explicou, adiantando que nesse caso a dupla circulação trás vantagens para países com problemas de credibilidade com a sua moeda, que não é o caso de Cabo Verde.

“Essa vantagem não nos diz nada porque nós já temos uma moeda com determinada credibilidade a nível internacional. O acordo cambial e paridade fixa com o euro já dá essa credibilidade ao escudo cabo-verdiano”, sustentou o economista cabo-verdiano.

Na sua perspectiva a principal vantagem da dupla circulação monetária (euro e escudo) tem a ver com o facto de facilitar as transações, sobretudo, dos turistas, pelo que considera que a situação atualmente reinante poderá se manter sem qualquer problema.

“O ganho em si da dupla circulação oficial, ou seja, a “eurização” da moeda cabo-verdiana acaba por não ser tão significativo quanto aos ganhos que já temos neste momento derivado da paridade euro/escudo existente há quase 20 anos”, indicou.

Por outro lado, sublinhou que com a liberalização completa do capital, o euro acaba por circular de forma tranquila sem nenhuma intervenção oficial ou obrigatoriedade da sua aceitação.

Para além das vantagens e dos inconvenientes da dupla circulação monetária para Cabo Verde, também esteve em debate na tarde de hoje, os desafios de uma pequena economia face à liberalização de capitais e o futuro do acordo de cooperação cambial e a liberalização de capitais, que tiveram como oradores o professor António Portugal da Universidade de Coimbra e Fernando Heitor do Banco de Portugal, respectivamente.

O I Congresso Internacional de Economia Cabo-verdiana cujo termino está previsto para esta quinta-feira, 24 é promovido pelo Centro de Estudos Jurídicos, Económicos e Sociais (CEJES) do Instituto Superior das Ciências Jurídicas e Sociais (ISCJS) através da coordenação da licenciatura em Economia e Ciências Empresarias.

O objetivo é fazer o balanço e perspetivar o futuro da economia cabo-verdiana no ano em que o acordo completa 20 anos.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.