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“Forte cooperação e aliança”. Presidente turco envia parabéns a Joe Biden

Quase uma semana depois das eleições, Recep Erdogan enviou uma carta ao presidente eleito dos Estados Unidos. Mas um possível entendimento entre os dois países tem uma linha vermelha: os norte-americanos não podem voltar a apoiar o curdos, como fez Obama – e por inerência Joe Biden, enquanto vice-presidente.
  • STR/Lusa
10 Novembro 2020, 16h25

O presidente turco, Recep Erdogan, acaba de endereçar os parabéns ao presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, e à vice-presidente Kamala Harris, pela vitória nas eleições presidenciais de 2020, segundo avança a agência France Press.

Na sua mensagem, Erdogan reiterou a “determinação de Ancara em trabalhar de perto com o governo dos Estados Unidos” no período que agora tem início, acrescentando que “a forte cooperação e aliança” entre os dois países continuará a contribuir para a paz mundial.

As relações entre Erdogan e o anterior presidente, Donald Trump, não foram as melhores, mas acabaram por seguir uma rota de apaziguamento quando o presidente norte-americano deixou de apoiar os grupos curdos que lideraram uma das mais notáveis frentes de combate contra o Estado Islâmico. Ancara considera que os guerrilheiros turcos não passam de terroristas que querem tornar independente uma parte do território turco para ali instalarem a nação curda.

Pouco antes de ser conhecida mensagem de Erdogan, os jornais turcos davam nota de que pesar das linhas de fratura existentes nas relações bilaterais, a Turquia e os Estados Unidos “sob o presidente eleito Joe Biden” podem ser capazes de colaborar se Washington parar de insistir na cooperação com organizações terroristas na Síria.

Os jornais turcos dão mostras de que o governo do país está ‘aliviado’ pela saída do secretário de Defesa norte-americano, Mark Esper, e do enviado especial para a Síria, James Jeffrey – duas personalidades que não tinham os favores de Ancara.

Nesse quadro, o governo de Erdogan espera que o novo presidente contribua para o regresso de uma postura comum – nomeadamente da NATO, de que ambos os países fazem parte – no campo de batalha da Síria. Mas vai com toda a certeza manter essa linha vermelha: os curdos devem ser tratados tanto pelos Estados Unidos como pelos países da União Europeia como terroristas – que levam ações de terrorismo ao território de um membro da NATO, a Turquia.

Em declarações ao jornal turco Daily Sabah, o investigador turco Huseyin Alptekin afirmou que a questão mais importante nas relações Turquia-Estados Unidos é saber-se se Biden vai insistir no apoio aos curdos do YPG na Síria, apoio esse que foi iniciado durante a administração Obama, de que Biden era vice-presidente.

O porta-voz presidencial da Turquia, Ibrahim Kalın, disse na semana passada que o país trabalharia com qualquer presidente dos Estados Unidos, mas continuaria a pressionar para que aquele país abandonasse o apoio aos grupos militantes curdos instalados na Síria.

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