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Fortes medidas de segurança geram rumores de que Kim Jong-un está na China

Um veículo escoltado entrou na segunda-feira na Residência de Hóspedes Oficiais Diaoyutai, em Pequim, e uma guarda de honra militar foi avistada no local mais tarde, depois de duas emissoras japonesas terem noticiado a chegada a Pequim de um comboio oriundo da Coreia do Norte, sob fortes medidas de segurança.
27 Março 2018, 09h11

A chegada de um comboio norte-coreano a Pequim e o reforço da segurança na residência onde altos quadros de Pyongyang costumam ficar está a suscitar rumores de que Kim Jong-un se terá deslocado à China.

O líder norte-coreano tem encontros planeados com o Presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, no final de abril, e com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em maio.

Mas apesar de um encontro com líderes chineses não ter sido falado, Pequim continua a ser o mais importante aliado do regime norte-coreano, apesar do distanciamento entre os dois aliados ideológicos, devido ao programa nuclear e de misseis balísticos empreendido por Pyongyang.

Um veículo escoltado entrou na segunda-feira na Residência de Hóspedes Oficiais Diaoyutai, em Pequim, e uma guarda de honra militar foi avistada no local mais tarde, depois de duas emissoras japonesas terem noticiado a chegada a Pequim de um comboio oriundo da Coreia do Norte, sob fortes medidas de segurança.

Uma porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros disse não ter informações, enquanto a imprensa norte-coreana não noticiou qualquer visita oficial a Pequim.

O gabinete presidencial da Coreia do Sul afirmou que não pode confirmar as alegações de que o comboio transportou Kim ou a sua irmã, Kim Yo-jong.

Analistas sul-coreanos dizem estar céticos de que se trata de uma visita de Kim Jong-un.

Desde que ascendeu ao poder, em 2011, Kim tem cultivado uma noção de igualdade nas relações com Pequim, pelo que seria improvável que este se deslocasse a Pequim para um primeiro encontro com líderes chineses, segundo analistas.

O mais provável é que Kim tenha enviado a sua irmã, visando solidificar a aliança com a China, nas vésperas de o líder norte-coreano se reunir com os Presidentes da Coreia do Sul e dos EUA.

Kim Yo-jong poderá procurar que a China se comprometa com o país, caso o diálogo com Seul e Washington fracassem, segundo um pesquisador do Instituto de Estudos políticos de Asan, em Seul.

“A Coreia do Norte não quer transmitir a mensagem de que a China foi posta de lado enquanto faz uma aproximação diplomática aos EUA e Coreia do Sul”, afirma Cha, citado pela agência Associated Press.

“Se o diálogo com a Coreia do Sul e os EUA falhar, a Coreia do Norte irá certamente voltar a demonstrar as suas capacidades nucleares outra vez. O enviado especial pode abordar essa possibilidade com funcionários chineses, e apelar à China que não reforce as sanções caso isso suceda”, acrescentou.

Na semana passada, o jornal oficial do Partido Comunista Chinês Global Times defendeu a importância da aliança entre Pequim e Pyongyang.

“Será difícil e perigoso [para Pyongyang] lidar só com Seul, Washington e Tóquio. O apoio da China pode reduzir em muito os riscos”, afirmou.

Reportagens dão conta de que foram tomadas fortes medidas de segurança na Ponte da Amizade, que liga a Coreia do Norte à China, antes do comboio atravessar.

A emissora japonesa avança que o comboio verde e amarelo, com 21 carruagens, é semelhante àquele que anteriormente transportou o ex-líder norte-coreano Kim Jong Il, na sua última deslocação a Pequim, em 2011.

O vídeo transmitido pela NTV mostra ainda várias limusinas pretas a aguardar na estação de comboios e soldados chineses a marchar na plataforma da estação, mas não mostra imagens de ninguém a sair do comboio.

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