O governo francês acusou a Rússia de usar a sua vacina contra a Covid-19, a Sputnik V, como uma ferramenta para espalhar a influência e a mensagem de Moscovo, em vez de a utilizar como forma de combater a crise de saúde global.
À rádio “France Info” e citado pela “France-Presse” (AFP), esta sexta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros considera que “em termos de como é administrada, [a vacina Sputnik V] é mais uma forma de propaganda e diplomacia agressiva do que uma forma de solidariedade e ajuda à saúde”, disse Jean-Yves Le Drian, dias depois do Vladimir Putin ter sido vacinado sem a presença da comunicação social.
À semelhança da China, Le Drian argumenta que a Rússia está a a usar a vacina para ganhar influência no exterior “antes mesmo de vacinar as próprias populações”.
O ministro afirmou que a Rússia anunciou com “muita atenção mediática” que entregaria 30 mil doses da vacina à Tunísia, quando o programa Covax, apoiado pela ONU e a União Europeia, já entregou 100 mil doses ao país, com outras 400 mil previstas para maio. “Assim é o verdadeiro trabalho de solidariedade, assim é a verdadeira cooperação de saúde”, disse Le Drian.
A Sputnik V foi inicialmente recebida com ceticismo no exterior, mas a sua segurança e eficácia foi validada, em fevereiro, pela revista científica “The Lancet”. A publicação garante que o fármaco mostrou 91,6% de eficácia contra a Covid-19 e foi bem aceite em grande escala.
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) anunciou no início deste mês que iniciou uma “análise contínua” da vacina para determinar a sua conformidade com os requisitos da UE em matéria de eficácia, segurança e qualidade.
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