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Francisco Assis quer discussão mais alargada do plano de recuperação para Portugal

O recém-eleito presidente do Conselho Económico e Social defendeu um debate alargado a todos os partidos políticos e às organizações sociais e económicas sobre a “reconversão” da estrutura económica portuguesa.
20 Julho 2020, 13h16

O presidente do Conselho Económico e Social (CES), Francisco Assis, defendeu esta segunda-feira que o destino das verbas do plano de recuperação europeu que serão alocadas a Portugal deverão ser amplamente discutidas, alargando a todos os partidos políticos e às organizações económicas e sociais o debate sobre o projeto a longo prazo que o país terá que apresentar a Bruxelas.

“É uma oportunidade para o país pensar e executar uma certa reconversão, nunca é uma reconversão muito profunda, mas uma certa reconversão da sua estrutura económica que continua a manifestar profundas debilidades. Essa é uma grande discussão que tem que ser feita, envolvendo creio eu, todos os partidos políticos e todos os agentes sociais e económicos do país”, disse o ex-eurodeputado e recém eleito presidente do CES, nesta segunda-feira, na conferência online “Resposta Europeia à crise: conclusões do Conselho Europeu”, promovida pelo International Affair Network e da qual o “Jornal Económico” é media partner.

Francisco Assis, que tomou posse na quinta-feira passada, defendeu que o CES “pode e deve ter aqui um papel muito importante na promoção de um debate que tem que ser amplamente participado”.

“Não pode ser o resultado apenas de um documento que o Governo encomendou, um documento que vai começar a ser discutido. Mas tem que haver uma ampla discussão e tem que haver uma ampla participação de toda a sociedade portuguesa e, em particular, dos setores mais ligados a estas áreas, que são os setores económicos e sociais, além dos setores públicos, naturalmente”, vincou.

Questionado sobre qual poderá ser o impacto para Portugal, nomeadamente no cenário orçamental, da proposta que estará em discussão na Cimeira europeia que reduz o montante das subvenções do Fundo de Recuperação para 390 mil milhões de euros, Francisco Assis considerou que “em relação à previsão de défice para este ano, não é esta alteração que irá agravar”.

“Neste momento é muito difícil fazer qualquer previsão sequer a curto prazo sobre a evolução dos défices orçamentais dos vários países por uma razão muito simples: não sabemos qual vai ser a evolução da pandemia. Não conseguindo perceber qual vai ser a evolução da crise sanitária dificilmente podemos perceber qual o impacto da mesma na economia e da crise económica em termos orçamentais. Estamos a trabalhar num cenário muito escuro e com muitas dificuldades em fazer previsões e é por isso que não podemos cair no erro de fazer previsões com carácter demasiado definitivo”, disse. “É evidente que esta alteração não nos vai beneficiar. Nem a nós, nem a praticamente a ninguém”, afirmou.

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