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Francisco Ferreira: “A pandemia reforça e aumenta as desigualdades”

Uma diminuição das desigualdades só seria possível com políticas muito mais ambiciosas, diz o diretor do International Inequalities Institute. Para o brasileiro Francisco Ferreira, é muito difícil separar o que é mérito do que é o resultado da herança.
27 Setembro 2020, 18h00

Francisco H. G. Ferreira, diretor do International Inequalities Institute na London School of Economics (LSE), alerta para o aumento das desigualdades como resultado da pandemia, que por sua vez reflete de forma diferente as pré-existentes. O economista com uma longa carreira no Banco Mundial, e que fez parte do grupo de economistas brasileiros que desenvolveu o programa Bolsa Família durante a presidência de Lula da Silva, vai participar na quarta edição das Conferências de Lisboa, que se realiza entre 30 de setembro e 2 de outubro, sob o tema “A Aceleração das Mudanças Globais e os Impactos da Pandemia”, defendendo uma aposta na educação.

Como avalia os atuais modelos de políticas públicas no Ocidente, em particular na Europa, no que toca ao combate às desigualdades?
O problema das desigualdades é que são extremamente persistentes, duradouras e reproduzem-se muito facilmente ao longo do tempo e das gerações. Há vários mecanismos de transmissão da desigualdade. Por exemplo, os pais mais ricos deixam heranças para os filhos, podem colocar os filhos em escolas e universidades melhores. Há uma série de razões pelas quais a posição socioeconómica das pessoas tende a perdurar e, o que é pior, a reproduzir-se entre gerações. Isso em sociedades muito desiguais, como o Brasil ou a África do Sul, em sociedades desiguais como os Estados Unidos, mas também em sociedades menos desiguais, como na Europa Ocidental. Ainda que a desigualdade de oportunidades seja menor na Europa Ocidental, ainda existem mecanismos de transmissão.

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