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Francisco Rodrigues dos Santos tem moção mais votada e vai ser eleito presidente do CDS-PP

Líder da Juventude Popular será o único candidato à presidência do CDS-PP nesta manhã de domingo. Candidatos derrotados reservam listas para o Conselho Nacional, com João Almeida a ficar com menos 109 votos apesar do apoio de muitos “notáveis” do partido.
  • Francisco Rodrigues dos Santos
26 Janeiro 2020, 04h41

A moção de estratégia global de Francisco Rodrigues dos Santos foi a mais votada pelos congressistas reunidas em Aveiro, pelo que o ainda líder da Juventude Popular vai ser eleito presidente do CDS-PP nesta manhã de domingo. Confirmando o ruidoso apoio que obteve ao longo do sábado, o documento subscrito pelo sucessor de Assunção Cristas teve 671 votos (46,4%), derrotando o deputado João Almeida, que mereceu o voto de 562 congressistas (38,9%), e o ex-secretário de Estado Filipe Lobo d’Ávila, que teve 209 votos (14,5%), havendo ainda três votos para a moção de estratégia global de José Ângelo Costa Pinto.

“O CDS vai desenvolver bandeiras e causas que mobilizem verdadeiramente os portugueses”, garantiu Rodrigues dos Santos aos jornalistas depois de receber a confirmar da vitória da sua moção, acrescentando que o partido sob a sua liderança será “o braço direito dos portugueses”. Assumidamente à direita, contra o que considera terem sido desvios ao centro da anterior liderança, o próximo presidente do CDS-PP promete lutar por uma descida de impostos que ponha termo a um “problema de escravatura fiscal” e pelo reforço da “autoridades das forças de segurança”.

Tido como o favorito à entrada do congresso, embora conotado como o candidato da continuidade em relação a Assunção Cristas, e tendo consigo “notáveis” como o eurodeputado Nuno Melo, os ex-ministros Pedro Mota Soares e António Pires de Lima e os ex-deputados Nuno Magalhães e Helder Amaral, na hora da derrota, confirmada perto das quatro da manhã de domingo, João Almeida deixou claro que não apresentará candidatura à presidência, reservando-se para o Conselho Nacional, onde considerou que devem estar representadas todas as sensibilidades do partido. Igual garantia foi deixada por Lobo d’Ávila, que também deve apresentar uma lista.

Com apenas 31 anos, Francisco Rodrígues dos Santos não será o líder mais jovem do CDS-PP, visto que o também ex-presidente da então Juventude Centrista Manuel Monteiro tinha apenas 29 anos em 1992, quando derrotou Basílio Horta, que por coincidência pertencia também a um grupo parlamentar reduzido a cinco deputados. Sem muitas sintonias com os “notáveis” do partido, o sucessor de Cristas recebeu ainda assim apoio de António Lobo Xavier e José Ribeiro e Castro em Aveiro – tal como antes já recebera o de Bagão Félix -, mas notou-se sobretudo um peso muito grande dos congressistas mais jovens e oriundos do norte e interior do país.

Entre os desafios que irá agora encontrar, além dos problemas financeiros do partido, encontram-se o relacionamento com o grupo parlamentar – pois o novo presidente só teria assento caso a atual líder do grupo parlamentar, Cecília Meireles, renunciasse ao mandato, pois o CDS-PP só elegeu um deputado pelo Porto -, a preparação do próximo ciclo eleitoral (que inclui as regionais açorianas deste ano e as autárquicas de 2021, tal como as presidenciais, logo no início do próximo ano) e a tentativa de desanuviar a discórdia entre as tendências do partido, patente sobretudo no congresso aquando dos apupos a António Pires de Lima.

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