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Frasquilho: Plano de reestruturação da TAP é a “condição para salvar sete mil postos de trabalho”

Em entrevista à TVI 24, o chairman da companhia aérea espera que a Comissão Europeia conclua a sua avaliação no primeiro trimestre de 2021. O grupo TAP contava com quase 11 mil trabalhadores no final de 2019.
15 Dezembro 2020, 10h25

O presidente do Conselho de Administração da TAP considera que o plano de reestruturação entregue eà Comissão Europeia na semana passada é a única forma de salvaguardar sete mil postos de trabalho.

“O plano é extraordinariamente duro, é muito exigente e que vai obrigar a que a TAP mude de vida em relação às últimas décadas. A TAP não pode continuar a dar prejuízo crónico todos os anos. Vai ter que mudar de vida”, disse Miguel Frasquilho em entrevista à TVI 24 na segunda-feira.

“Este é o plano que não gostaríamos de estar a apresentar, pelas consequências duríssimas que têm. Nem pense que estamos a fazer isto com algum gosto, mas de facto era a condição para garantir a sobrevivência da TAP e salvar sete mil postos de trabalho”, destacou o chairman.

No final de 2019, o grupo TAP contava com um total de 10.952 trabalhadores: 9.006 trabalhadores na TAP SA; 559 na TAP Manutenção e Engenharia no Brasil, e 1.387 trabalhadores noutras empresas do grupo.

Miguel Frasquilho espera que a Comissão Europeia tenha a avaliação concluída durante os primeiros três meses de 2021. “É um plano cauteloso, prudente, sólido e resiliente. Tem todas as características, do meu ponto de vista, para que a Comissão Europeia o possa aprovar. Algures durante o primeiro trimestre teremos a resposta, teremos a resposta final por parte da Comissão Europeia e até lá haverá contactos informais”.

O chairman também rejeitou a possibilidade de que David Neeleman, o antigo acionista da TAP, venha a processar o Estado português. “Não há essa intenção”.

Miguel Frasquilho também avançou que existe “alguma margem de manobra” para seguir um caminho diferente para atingir as “métricas financeiras” previstas no plano de reestruturação. ” Já estamos a conversar com sindicatos que se mostraram disponíveis para conversar. Já tivemos diversas interações com eles, no sentido de preservar mais emprego”.

Esta terça-feira o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, vai ser ouvido no Parlamento na comissão de economia sobre o plano de reestruturação da TAP.

O plano de reestruturação da TAP prevê um corte de custos com pessoal de 1,4 mil milhões de euros até 2025, revelou na semana passada o ministro das Infraestruturas, confirmando o valor avançado pelo Jornal Económico dias antes.

Pedro Nuno Santos também avançou que o plano “prevê uma redução salarial progressiva até 25% que é muito intenso, mas este corte permite poupar entre 600 a 1.000 postos de trabalho. Se não houvesse este corte salarial, tínhamos de despedir mais pessoas

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