[weglot_switcher]

Frio, popular e conciliador. Quem é o sucessor de Wolfgang Schäuble nas finanças alemãs?

Suceder a Wolfgang Schäuble no segundo cargo mais importante da Alemanha não vai ser uma tarefa fácil para o jurista de 59 anos. Salários, dívida, impostos, reforma do euro e Grécia são alguns dos temas em que Olaf Scholz terá de tomar posições.
7 Fevereiro 2018, 18h45

A figura característica – e um pouco austera – de Wolfgang Schäuble ficou conhecida como o rosto das finanças alemãs. Doze anos depois de ter chegado ao cargo de ministro das Finanças, o político deixou um vazio no lugar. A cadeira volta esta semana a ser ocupada, por Olaf Scholz. As diferenças entre os dois são muitas, mas a principal é que a pasta passa de mãos conservadoras para social-democratas.

Scholz, 59 anos, jurista e presidente da câmara da cidade-estado de Hamburgo, é popular no partido social-democrata da Alemanha (SPD) – com quem a chanceler alemã Angela Merkel acabou de fechar um acordo governativo – e há mesmo quem diga que é até mais popular que o próprio líder partidário, Martin Schulz.

O alemão foi catapultado para o centro das atenções no verão passado, quando a reunião do G20 em Hamburgo foi marcada por violentas manifestações nas ruas. Na altura, Scholz desculpou-se pelos problemas de segurança, mas o que ficou foi a calma com que lidou com os ataques da direita, que o acusaram de ser demasiado brando com violência anti-capitalista.

Quando a questão acalmou, o social-democrata afirmou que estava a avaliar até onde iria a onda de violência e garantiu que teria abandonado o cargo caso tivessem havido mortos.

A calma e frieza poderá vir a ser útil a Olaf Scholz quando tiver de representar o país, uma função em que terá sempre o fantasma da governação passada já que não será fácil substituir o carismático Wolfgang Schäuble, que se mudou para a presidência do Parlamento alemão, o Bundestag.

Uma das questões que poderá colher mais críticas por parte ala mais conservadora alemã prende-se com o facto de Scholz defender o aumento do salário mínimo nacional, o que poderá ser visto como um risco para a política de Schäuble de contenção da dívida pública.

Para os empresários, o facto de Scholz considerar que os impostos atuais permitem aos negócios serem suficientemente competitivos internacionalmente e que não há necessidade de um corte tirado do livro de estilo de Donald Trump, poderá ser um fator de desagrado.

Outra diferença entre Scholz e Schäuble poderá estar na representação europeia. As reuniões do Eurogrupo passarão a contar com o novo ministro das Finanças, que poderá ter um tom mais conciliatório que o antecessor face a países como a Grécia. Defensor de um aprofundamento das relações europeias ao nível da segurança, emigração, finanças e economia, Scholz terá ainda de tomar uma posição no debate sobre a reforma da zona euro.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.