Fazer reciclagem, utilizar as plataformas de mobilidade partilhada ou fazer atividade física vão ser algumas das práticas premiadas no primeiro programa de economia comportamental lançado pela Fundação Calouste Gulbenkian.
Em parceria com a startup portuguesa Loop.Co, a UniLoop visa premiar os alunos universitários através de pontos que podem depois ser convertidos em benefícios comerciais ou transferidos para a conta bancária, sempre que adotarem comportamentos sustentáveis e saudáveis no seu dia a dia.
Para já, a iniciativa que recebeu um cheque da Gulbenkian no valor de 79 mil euros, é apenas um projeto-piloto que vai decorrer durante o segundo semestre mas sem data definida devido a questões burocráticas. O projeto vai ser acolhido e implementado pela cidade e Universidade de Coimbra e que vai envolver cerca de mil estudantes.
Em conversa com o Jornal Económico, a responsável pelo programa de Sustentabilidade e Inovação da Gulbenkian frisa que a iniciativa, “até ao momento o único no país”, pretende avaliar um modelo de ‘microincentivos’ em comparação com os modelos tradicionais de punição. “Os dois grandes objetivos do projeto são promover comportamentos e estilos de vida mais sustentáveis junto do público alvo e em segundo desenhar e testar modelos de economia comportamental que possam ser utilizados e alavancados para promover padrões de consumo mais sustentáveis na sociedade portuguesa”.
Reciclar um saco de resíduos vale 50 cêntimos
Através de uma aplicação móvel, os participantes serão convidados a realizar tarefas relacionadas com a promoção da saúde e do ambiente. Por cada atitude positiva são atribuídos pontos ao utilizador que podem ser levantados em dinheiro, transferidos para a conta bancária ou convertidos noutros benefícios de saúde e bem-estar acordados com cada parceiro. A Environmental Global Facilities (EGF), a ESURC (Resíduos Sólidos do Centro), a Bolt e a Cruz Vermelha são alguns do parceiros confirmados para já.
“Pretende-se fazer mais parceria com tudo o que sejam stakeholders relevantes para o projeto, tanto de mobilidade, resíduos e restauração”, assegurou a responsável da Gulbenkian.
Todo o desenvolvimento tecnológico foi feito nos últimos sete meses para que a informação submetida pelos utilizadores seja viável e não possa ser falsificada, informou Manuel Tovar da Loop.Co ao JE.
“A validação de cada comportamento está intimamente ligada à participação dos nossos parceiros no projeto”, sublinha. Por exemplo, no caso da reciclagem, cada saco tem um código específico que cada participante tem que introduzir na aplicação quando completa a tarefa. No momento de premiar a ação, a validação é feita junto da EGF e ESURC para garantir que o saco foi efetivamente recolhido. Caso este tipo de ação seja aprovada, o participante poderá receber até 50 cêntimos. Já recolher beatas durante a Latada, a semana do caloiro em Coimbra, poderá valer uma viagem de 5 euros na Bolt.
“No caso da evolução dos dados de saúde [exercício físico], serão promovidos encontros presenciais com profissionais de saúde para validarem se as informações recolhidas pelos utilizadores são confiáveis”, explica.
Para o registo da aplicação, os participantes terão que fazer um registo dos dados pessoais, inclusive conta bancária para a transferência dos benefícios.
O projeto-piloto terá a duração de cerca de seis meses e depois de ser feita a avaliação do impacto social e ambiental, será considerada a expansão para outras cidades universitárias. “Na fase de lançamento vamos conseguir iniciar o piloto com mil inscrições, o que supera o target que tínhamos indicado ao inicio que era de 800 participantes para conseguirmos uma boa amostra”.
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