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Fundações Gulbenkian e Oceano Azul escolhem 13 ‘startups’ para desenvolver bioeconomia marinha em Portugal

A Fundação Oceano Azul e a Fundação Calouste Gulbenkian assumiram o compromisso de investir, pelo menos, um milhão de euros nos três anos de implementação do programa ‘Blue Bio Value’.
26 Setembro 2018, 09h45

As Fundações Calouste Gulbenkian e Oceano Azul e Oceano Azul (ligada ao Grupo Jerónimo Martins) selecionaram 13 empresas ‘startups’ de seis nacionalidades para o programa de aceleração ‘Blue Bio Value’.

Com mais de 40 mentores de todo o mundo, este programa tem a duração de oito semanas, durante as quais as empresas escolhidas irão adquirir competências de gestão de negócios e terão mentores especialistas em várias áreas.

O programa de aceleração ‘Blue Bio Value’, desenvolvido em parceria com a Fábrica de ‘Startups’, a Bluebio Alliance e a Faber Ventures.

“Para esta primeira edição, foram selecionadas 13 ‘startups’ e projetos, de seis nacionalidades (Portugal, Espanha, Holanda, Índia, Letónia e Noruega), de entre mais de 50 candidaturas”, destaca um comunicado da organização.

A partir de ontem, dia 25 de setembro, e ao longo de oito semanas, as empresas participantes irão validar a tecnologia desenvolvida e adquirir competências de gestão, criando assim as bases para o desenvolvimento de novos produtos e serviços economicamente viáveis e que forneçam um mercado global.

Estas empresas vão também aceder a uma rede única de mentores nacionais e internacionais, parceiros especialistas no setor, clientes potenciais e investidores.

“Os promotores e parceiros do programa acreditam que a bioeconomia azul terá um papel crucial na resposta a alguns dos maiores desafios que o mundo enfrenta hoje e, como tal, a edição deste ano está focada na procura de soluções para quatro desafios principais: como alimentar uma população crescente; alterações climáticas e redução de emissões de CO2; escassez de recursos e redução/substituição de plásticos; soluções de bem-estar para uma população mais envelhecida”.

Entre as ‘startups’ e projetos selecionados estão a Bluemater SA, Porto, Portugal, que aposta em soluções sustentáveis e acessíveis para transformar efluentes poluídos em recursos hídricos seguros e de qualidade.

Outra eleita é Endobios, de Oeiras, especialista em I&D e consultoria, para descoberta de produtos naturais bioativos, provenientes de fungo marinho, com o objetivo de criar soluções para a indústria farmacêutica.

De Espanha vem Futuralga, com a meta de fazer produtos a partir de algas biodegradáveis para substituir o plástico.

A Hoekmine, da Holanda, pretende fabricar um pigmento sustentável de bactérias para criar cores para uso em roupas, cosméticos e outras indústrias.

A Lusalgae, Figueira da Foz, dedica-se à cultura de algas marinhas e investigação de aplicações para vários setores e tem uma marca de cosméticos.

Por seu turno, a MadeinSea, Faro, faz aquacultura multitrófica integrada, incluindo algas, e transformação do polissacarídeo de algas do género Ulva para usos biotecnológicos.

A Undersee, de Coimbra, providencia consultoria para projeto estrutural, dinâmica de fluidos e engenharia térmica, tendo desenvolveido um dispositivo e aplicação para recolher dados de qualidade da água em tempo real.

De Peniche, a Penwavers, produz microalgas e fitoplâncton como alternativa para a nutrição e outras utilizações.

A SEAentia, de Cantanhede, faz produção sustentável em aquacultura de corvina num sistema de recirculação. Seguindo um conceito de economia circular, a empresa espera expandir a produção de algas, mexilhões e outras espécies.

Da Índia, a Seagrass Tech Private Ltd., desenvolveu uma plataforma de tecnologia escalável para produzir microalgas marinhas para um planeta saudável e sustentável.

A Tilamur, de Espanha, produz alimentos em aquacultura e hidroponia 100% sustentável – Corvina e Seriola e desenvolveu uma fórmula inovadora de ração para peixes baseada em algas e vegetais.

Da Letónia, a Vetik Ou Production, baseia-se na produção de um corante natural, a partir de algas marinhas vermelhas, para utilização nas indústrias alimentar e cosmética.

Por fim, a B’Zeos, Noruega, dedica-se à produção de palhinhas 100% sustentáveis e orgânicas, de origem vegetal, com desperdício zero, comestíveis e sem açúcar (palhinhas ZEOS), como alternativa às palhinhas de plástico.

“Com este programa, a Fundação Oceano Azul e a Fundação Calouste Gulbenkian unem esforços para contribuir para que Portugal se torne num polo europeu relevante e inovador no desenvolvimento da mais moderna bioeconomia marinha, promovendo uma utilização mais sustentável do oceano”, destaca um comunicado do programa ‘Blue Bio Value’.

Esse documento acrescenta que “o programa ‘Blue Bio Value’ pretende ainda tirar partido da crescente emergência de Portugal como um local de eleição para atrair ‘startups’/ empresas e empreendedores inovadores, como tem acontecido em particular nas áreas de IT e Web”.

A Fundação Oceano Azul e a Fundação Calouste Gulbenkian assumiram o compromisso de investir, pelo menos, um milhão de euros nos três anos de implementação do programa ‘Blue Bio Value’.

De 25 de setembro a 14 de novembro decorrerá o programa de acelração destas ‘startups’, no Oeiras Hub – Fábrica de Startups – 25 setembro a 14 novembro.

O ‘Final Pitch Day’ está agendado para 14 de novembro, no Oceanário de Lisboa.

“O ‘Blue Bio Value’ é um programa internacional de aceleração de projetos e ‘startups’ ligadas à bioeconomia azul. A iniciativa visa atrair projetos e ideias e transformá-las em oportunidades de negócio ao longo da cadeia de valor dos biorrecursos marinhos, incluindo biotecnologia, e que tenham como solução o desenvolvimento de produtos ou serviços sustentáveis, integrados em negócios viáveis. Com este programa, a Fundação Oceano Azul e a Fundação Calouste Gulbenkian unem esforços para contribuir para que Portugal se torne num polo internacional relevante e inovador no desenvolvimento da mais inovadora bioeconomia marinha, promovendo também uma utilização mais sustentável do oceano”, conclui o referido comunicado.

 

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