Um quarto de século depois, Portugal pode vir a receber uma corrida de automóveis de alta velocidade. Depois de o canadiano Jacques Villeneuve e Damon Hill terem garantido os dois primeiros lugares ao volante dos carros de Frank Williams no último grande prémio do Estoril, a 22 de setembro de 1996, os carros ‘fórmula’ poderão finalmente estar de volta às terras portuguesas – o britânico acabaria por ser coroado campeão do mundo de Fórmula 1.
A regressarem, não será no autódromo do Estoril, mas nas ruas da cidade de Lisboa. E, em vez dos antigos motores V8 de 2.4 litros a propulsionarem os carros para velocidades acima dos 300 km/hora, poderemos ver carros a atingirem os 280 km/hora, alimentados por uma bateria elétrica. Falamos, pois claro, da Fórmula E.
Alejandro Agag, chairman e fundador da Fórmula E, esteve na Web Summit a falar sobre liderança esta terça-feira, 5 de novembro, e revelou ao Jornal Económico que “tem andado por Lisboa à procura da configuração certa das ruas para a corrida perto do Mosteiro dos Jerónimos ou no parque aqui [perto da Web Summit]”.
“Ainda não temos uma localização, mas estamos a trabalhar nesse sentido”, vincou o espanhol. “Estamos abertos [a possibilidades]”.
Questionado sobre quando é que a cidade de Lisboa poderia receber uma corrida de Fórmula E, Alejandro Agag foi cauteloso, mas apontou para uma data não muito distante do futuro. “Demora tempo”, disse. “É ainda cedo, mas talvez na sétima edição do campeonato”, adiantou. “Talvez”, frisou.
A sexta edição do campeonato de Fórmula E vai iniciar-se no dia 22 de novembro, em Diryah, na Arábia Saudita. A concretizarem-se as palavras do fundador deste desporto elétrico, Lisboa poderia tornar-se na quinta cidade europeia a receber uma prova da competição, depois de Roma, Paris, Berlim e Londres.
A forte presença de cidades europeias no calendário de Fórmula E esta época – são 14 corridas em 12 cidades – pode vir a ser um obstáculo para Lisboa, reconheceu Alejandro. “Temos muitas corridas na Europa e isso pode ser um ponto contra [a possibilidade de Lisboa receber uma corrida]. Mas, ao mesmo tempo, é uma cidade muito bonita”, referiu o fundador deste campeonato ‘motorizado’.
António Félix da Costa é o único português na grelha que vai competir na Fórmula E, ao lado de pilotos como Felipe Massa, ex-Ferrari, ou o jovem aspirante Nick de Vries, que vem diretamente da Fórmula 2. Alejandro Agag reconheceu que António Félix da Costa “é um grande piloto” e que “demonstrou que tem potencial para vencer o campeonato”.
“Agora está na equipa vencedora [a chinesa DS Techeetah]. É um dos meus favoritos para ganhar o campeonato”, admitiu Alejandro Agag. “Vai dar luta ao Jean Éric Vergne”, colega de equipa de Félix da Costa e que entrou para a história do desporto no ano passado, ao tornar-se no primeiro piloto a ganhar duas vezes consecutivas o campeonato.
Alejandro Agag não desconsidera a hipótese de a Fórmula 1, prova rainha do desporto motorizado, e da Fórmula E, que representa o futuro da indústria automóvel, virem a unir forças.
“É uma possibilidade porque nós temos uma licença elétrica exclusiva para os próximos vinte anos”, revelou o fundador da Fórmula E. “Acredito que a Fórmula 1 vai eventualmente tornar-se elétrica e a única forma de isso acontecer é se trabalharmos juntos. Como, não sei. Mas é definitivamente uma possibilidade”, frisou.
De resto, Alejandro Agag considera que a sexta edição do campeonato de Fórmula E “vai ser a mais espectacular de todas”. “Além dos grandes construtores de automóveis que já temos, a Porsche e a Mercedes vão estrear-se”, disse. “Será um grande empurrão para a competição”, frisou Alejandro Agag.
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