O Fundo Soberano de 90 milhões de euros para o financiamento de grandes projetos de empresas cabo-verdianas, anunciado na sexta-feira pelo vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, não contará com recursos do Estado. Olavo Correia, que falava aos jornalistas à margem da apresentação pública das ofertas formativas 2019, estágios profissionais e oportunidades de financiamento, diz que brevemente o governo irá apresentar a solução encontrada.
O governante aponta que o fundo em causa é “o veículo que completa o puzzle do ecossistema do financiamento em Cabo Verde”, uma vez que é este o papel que cabe ao Estado “ser um criador de oportunidades para que outros possam fazer”.
“Nós estamos a criar as condições para que as micro, pequenas, médias e grandes empresas tenham condições de ter acesso a financiamento a escala internacional, para promover a grandes empresas cabo-verdianas com projetos bem estruturados e bem montados para que possam ter condições de fazer rotura com o estado atual em relação criação de emprego, produção e exportação”, disse Olavo Correia.
O fundo soberano funciona como um mecanismo de garantia para permitir as empresas nacionais, que reunam determinadas condições de risco e de gestão, a ter acesso a mercados internacionais para financiarem projetos em Cabo Verde que possam gerar empregos bem remunerados.
O governo está a trabalhar “a todo vapor” para brevemente dar os pormenores do funcionamento do Fundo Soberano, referiu Olavo Correia, que não entra em pormenores quando questionado sobre o mecanismo de financiamento do Fundo Soberano, garantido apenas que o valor será mobilizado fora Orçamento do Estado.
“Temos uma solução, uma engenharia montada não é preciso recursos orçamentais, e brevemente anunciaremos como iremos montar este fundo, que não contará com recursos do Estado. Há soluções mais interessantes e melhores para o país no sentido de criar este Fundo Soberano e assim como Fundo de Emergência”, diz Olavo Correia.
Neste momento, o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças aponta que existem empresas de vários setores, sobretudo ligadas a área do turismo, agro-negócios, a manifestar interesse em investir em Cabo Verde. Segundo o responsável pela pasta das Finanças, 90 milhões de euros para o Fundo Soberano é um valor importante que pode ajudar a gerar milhares postos de trabalho, mas o Estado está disposto a “ir mais longe”.
“Há que ter sucesso, não existe dinheiro para dar, o risco será para o setor privado. Se o sistema funcionar há campo para aumentar o montante até ao valor que for preciso para fazermos mudança naquilo que for preciso para se criar emprego pela via do setor privado e não do Estado, reiterou.