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Fundos lesados com passagem das obrigações Novo Banco para o BES criam site

No site o grupo de investidores composto pela Attestor Capital, BlackRock, CQS e Pimco, que tem vindo a pressionar o banco central liderado por Carlos Costa, disponibiliza documentos sobre o processo que contra o Banco de Portugal e o Governo português.
  • Eduardo Munoz/Reuters
17 Janeiro 2018, 13h48

Os grandes fundos (BlackRocks, Pimcos e outros) que foram lesados pela decisão do Banco de Portugal (BdP) de passar, em dezembro de 2015, cinco séries de dívida do Novo Banco para o BES,  lançaram esta quarta-feira o site ‘The Novo Note Group”, e uma conta no Twitter.

No site o grupo de investidores composto pela Attestor Capital, BlackRock, CQS e Pimco, que tem vindo a pressionar o banco central liderado por Carlos Costa, disponibiliza documentos sobre o processo que contra o Banco de Portugal e o Governo português.

“Lançamos o “The Novo Note Group”: um grupo ad-hoc de obrigacionistas representando 20 instituições financeiras com 1,4 mil milhões de euros em obrigações do Novo Banco”, referem no site. está a tentar chegar a um acordo que permita aos fundos continuar a sua longa história de investimentos em Portugal”. Segundo o grupo de institucionais, o Banco de Portugal “deve agir para resolver a retransmissão ilegal do Novo Banco e reabilitar a reputação de Portugal junto da comunidade de investidores”, pois  “só assim vão alguns dos maiores investidores do mundo poder continuar a sua longa história de apoiar Portugal”.

Recorde-se que desde setembro (depois de ter passado o LME do Novo Banco) que os fundos liderados pela BlackRock e Pimco não se reúnem com o Banco de Portugal com vista a chegarem a um acordo de indemnização, por terem sido prejudicados com a escolha de cinco séries de obrigações para serem retransmitidas para o BES mau em 2015. O ministro das Finanças, Mário Centeno admitiu em maio que ia “encontrar uma solução para todos”.

Os seis fundos de investimento lesados pelo ‘bail in’ da dívida sénior do Novo Banco enviaram uma carta a Mário Centeno a felicitá-lo pela eleição para a presidência do Eurogrupo e pedindo-lhe que “corrija os erros passados”. Os investidores querem reatar as negociações com o Banco de Portugal e com o Governo para “evitar uma longa batalha judicial”.

“Estamos entre os investidores institucionais que foram discriminados pelo Banco de Portugal na sequência da divisão do Banco Espírito Santo entre banco bom e mau. Como sabe, os nossos investimentos no banco bom, o Novo Banco, foram retransferidos de forma ilegal para o banco mau, desrespeitando o princípio universalmente aceite do pari passu, o tratamento equitativo dos detentores de dívida sénior”, acrescentaram os investidores.

Os investidores vêm agora lembrar que o programa de estímulos vai acabar e que Portugal vai precisar dos investidores institucionais para se financiar. Do mesmo modo que alerta para o facto de os bancos terem de ir ao mercado levantar capital numa altura em que as entidades europeias caminham para exigir provisões a 100% para o crédito malparado.

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