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Funeral do estudante cabo-verdiano que morreu em Bragança realiza-se hoje

A Polícia Judiciária está a investigar a morte de Luís Giovani, que estudava no Instituto Politécnico de Bragança, cujos contornos ainda não são claros.
18 Janeiro 2020, 10h45

O corpo do estudante cabo-verdiano Luís Giovani Rodrigues, que morreu a 31 de dezembro de 2019, após alegadas agressões violentas na cidade de Bragança, encontra-se na ilha do Fogo, de onde era natural, estando o funeral agendado para este sábado.

A informação consta de uma nota divulgada na terça-feira pela Câmara Municipal de Mosteiros, onde nasceu, e que refere que o estudante e artista daquela ilha, morreu “após ser espancado por um grupo de cerca de 15 indivíduos”.

A Polícia Judiciária (PJ) informou ontem que deteve cinco suspeitos da morte do jovem de 21 anos, que estudava no Instituto Politécnico de Bragança (IPB). “O presidente do IPB deverá acompanhá-lo nesta viagem entre Portugal e Cabo Verde para participar nas exéquias o estudante daquela instituição de Bragança”, refere a referida nota da autarquia de Mosteiros.

O funeral está marcado para hoje, pelas 10:00 locais (mais uma hora em Lisboa).

Na semana passada, uma marcha apresentada como pacífica juntou mais de um milhar de pessoas a exigir, pelas ruas da Praia, justiça para o caso de Luís Giovani. A manifestação acabou por ficar descontrolada junto à embaixada portuguesa, com os participantes a derrubarem várias barreiras policiais do perímetro de segurança até chegarem junto dos portões do edifício, com críticas a Portugal e às autoridades, além de queixas de racismo.

Seguiram-se outros momentos de tensão que levaram à mobilização do Corpo de Intervenção da Polícia Nacional, depois de os manifestantes irromperem pelo espaço exterior da Assembleia Nacional, chegarem à residência oficial do Presidente da República e seguindo depois para a residência oficial da embaixadora de Portugal em Cabo Verde, onde foram travados por um cordão policial.

No protesto, que se repetiu também na localidade de Mosteiros, foram feitas críticas às autoridades portuguesas pela falta de explicação sobre o que aconteceu com o estudante, alegadamente agredido em 21 de dezembro e que morreu 10 dias depois num hospital do Porto.

O Governo português lamentou a “bárbara agressão” que resultou na morte do estudante, deixando garantias de que os responsáveis serão identificados e levados à justiça, enquanto o Executivo cabo-verdiano exigiu uma investigação célere.

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