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Futebol. Campeonato do mundo a cada dois anos preocupa Comité Olímpico Internacional

COI afirmou estar “muito preocupado” com o impacto que um Mundial a cada dois anos possa ter sobre outras modalidades desportivas, bem como no bem-estar dos jogadores e no aumento das modalidades masculinas, já que afetaria a “igualdade de género”.
18 Outubro 2021, 13h43

A proposta de realizar um campeonato do mundo de futebol a cada dois anos também preocupa o Comité Olímpico Internacional (COI) que apelou para que as negociações sobre o tema sejam mantidas e ampliadas.

A entidade afirmou estar “muito preocupada” com o impacto que um Mundial de futebol a cada dois anos possa ter sobre outras modalidades desportivas, bem como no bem-estar dos jogadores e no aumento das modalidades masculinas, já que afetaria a “igualdade de género”.

“Diversas federações internacionais de outros desportos, federações nacionais de futebol, clubes, jogadores, associações de jogadores e treinadores expressaram fortes reservas e preocupações em relação aos planos de gerar mais receitas pela FIFA”, explicou o COI em comunicado.

“O COI partilha dessas preocupações e apoia os apelos dos atores do futebol, das federações desportivas internacionais e dos organizadores de grandes eventos para uma consulta mais ampla, inclusive com os representantes dos atletas, o que obviamente ainda não aconteceu”, sublinham.

Nesse sentido, o COI exigiu mais discussões sobre os planos para a realização da competição. As propostas da FIFA serão votadas em dezembro pelas 211 associações membros do órgão dirigente do futebol mundial, e o presidente Gianni Infantino, também membro do COI, viajará pelo mundo para reunir apoios para o plano, que tem sido liderado pelo antigo treinador do Arsenal, Arsène Wenger.

O plano recebeu duras críticas de várias federações continentais e nacionais, grupos de jogadores e adeptos, não sendo por claro se poderá seguir em frente. Há poucos dias, a UEFA destacou a sua preocupação com o impacto da realização de campeonato do mundo a cada dois anos, incluindo a “diluição” do valor da competição, bem como o risco de os jogadores trabalharem muito e o futebol feminino sofrer.

Por outro lado, clubes, ligas e confederações europeias e sul-americanas estão confiantes de que podem impedir o plano, independentemente do resultado de uma votação, segundo a “Reuters”, dado que representa “uma divisão prejudicial no cenário internacional”.

A FIFA está a fazer várias mudanças no seu modelo de negócio. Há poucas semanas, foi revelada a intenção do regulador mundial do futebol estar a considerar a possibilidade de transferir os seus negócios comerciais da Suíça para os Estados Unidos com o objetivo de aumentar a fonte de receita.

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