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Galp admite possibilidade de ser constituída arguida

Petrolífera defende que tudo o que fez foi dentro da lei e diz que tem colaborado com o Ministério Público no âmbito do inquérito, mas admite possibilidade de ser constituída arguida.
10 Julho 2017, 14h25

A Galp ainda não foi formalmente constituída arguida pelo Ministério Público, no âmbito do inquérito relacionado com viagens ao Euro2016, mas admite essa possibilidade embora reitere que tudo o que fez foi dentro da lei.

“Entendendo o Ministério Público que, em termos processuais, a empresa deve ser constituída arguida, continuarão a ser prestados todos os esclarecimentos”, diz a Galp Energia, em comunicado divulgado esta segunda-feira.

A petrolífera sublinha que “tem mantido uma leal colaboração com as autoridades para o cabal esclarecimento dos factos, tendo sido ouvidos nos últimos meses, enquanto testemunhas, alguns dos seus colaboradores”.

Sublinha, contudo, a relação de patrocínio que tem mantido com a seleção portuguesa desde 1999 e que portanto o “apoio prestado à Seleção Nacional no Euro 2016 “foi realizado em conformidade com a lei”.

“As formas de ativação do patrocínio usadas, incluindo os convites para integrar a comitiva de apoio nos jogos, são práticas tradicionais seguidas por diversas empresas e não tiveram outro objetivo que não fosse o apoio à Seleção Nacional”, defende a empresa.

O Ministério Público já determinou a constituição de arguidos de Fernando da Rocha Andrade, Jorge Oliveira e Costa e João Vasconcelos no âmbito do inquérito, confirmou hoje a Procuradoria Geral da República (PGR), no qual se investiga o pagamento pela Galp Energia de viagens, refeições e bilhetes para diversos jogos da seleção nacional no Campeonato Europeu de Futebol de 2016.

A Galp refere que “a presença em jogos da Seleção Nacional de pessoas relacionadas com parceiros de negócio, com entidades institucionais e com dezenas de clientes, corporativos e individuais, decorreu de forma aberta e pública, sem qualquer segredo ou tratamento diferenciado”, em comunicado, acrescentando que “sem que tal pretendesse constituir a atribuição de uma qualquer vantagem patrimonial e muito menos da qual se esperasse a obtenção de qualquer contrapartida”.

Segundo a PGR, no inquérito foram, até ao momento, constituídos arguidos: um chefe de gabinete, um ex-chefe de gabinete e um assessor governamental. Neste último caso, segundo o jornal Expresso, trata-se do assessor para a área de economia do primeiro-ministro, Vítor Escária, que também viajou para França a convite da petrolífera. O responsável já foi ouvido pelo Ministério Público e foi constituído arguido, deixando as funções que ocupava até agora.

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