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Galp. Goldman Sachs mantém preço-alvo nos 12 euros, Credit Suisse desce para os 13,4 euros

Sobre as refinarias da Galp, o Credit Suisse espera que “Sines continue a operar como uma refinaria de petróleo”, mas pensa que “Matosinhos vai enfrentar um destino diferente”.
27 Outubro 2020, 17h45

O Goldman Sachs (GS) mantém o preço-alvo da ação da Galp nos 12 euros no espaço de 12 meses, mais 54,8% face ao preço de fecho da sessão de segunda-feira (7,75 euros). O banco norte-americano mantém também a sua recomendação em “vender”.

“Reconhecemos que a Galp tem uma forte perspetiva de crescimento da produção para 2020, com uma carteira de projetos de longo prazo de elevada qualidade e uma valorização absoluta atrativa”, diz o GS na nota hoje divulgada.

Contudo, o banco explica que mantém a recomendação em “vender” por encontrar em outras empresas do setor “melhores combinações de free cash flow, crescimento e e uma valorização barata”.

A GS destaca pela negativa a exposição da Galp ao setor refinador, que é “problemática neste ambiente macroeconómico”.

“Esperamos que o crescimento da produção venha a desacelerar em 2021, antes de novo aumento em Moçambique e Carcará [Brasil] em 2024-25”, analisa.

Também o Credit Suisse emitiu uma nota de avaliação à Galp, reduzindo o preço-alvo de 13,7 euros para 13,4 euros, mais 72,9% face à cotação de fecho de segunda-feira (7,75 euros).

O banco suíço mantem a recomendação da energética portuguesa em ‘outperform’, o que significa que considera que a ação vai ter um desempenho acima da média do mercado.

Olhando para as refinarias da Galp, o CS aponta que a empresa está a “fazer uma revisão estratégica do seu sistema refinador”.

“Esperamos que Sines continue a operar como uma refinaria de petróleo, mas pensamos que Matosinhos vai enfrentar um destino diferente”, afirmam. Entre os riscos que identifica, o CS aponta para uma eventual “desilusão com os dividendos” se houver uma atualização em baixa no início de 2021.

Analisando o aumento de produção de 13% da Galp, o Credit Suisse aponta que este aumento deve-se à subida do crescimento nas áreas de Berbigão/Sururu no Brasil, com a quarta ligação a ser feita no início de outubro. O CS aponta que a área de Atapu vai contribuir marginalmente para o aumento de produção. Em 2021, o banco aponta que deverá haer alguma contribuição de Sépia no Brasil e depois em 2022 o projeto de gás natural liquefeito de Coral em Moçambique deverá arrancar.

“O próximo grande projeto é o de Bacalhau no Brasil, que a Galp acredita que poderá ver o primeiro óleo em 2024”, sinaliza o CS.

Galp passa de 101 milhões de lucros para 23 milhões de prejuízos no terceiro trimestre

A Galp registou 23 milhões de euros de prejuízo no terceiro trimestre, valor que contrasta com os 101 milhões de lucros registados em período homólogo, anunciou a petrolífera na segunda-feira.

Nos nove primeiros meses do ano, passou de um lucro de 403 milhões de euros em período homólogo para um prejuízo de 45 milhões, devido às “condições de mercado mais adversas durante o período”, segundo a petrolífera.

No terceiro trimestre, a produção subiu 6% para 132 mil barris diários: em Angola recuou 7% para 11,8 mil barris diários, no Brasil subiu 8% para 120,2 mil barris diários

O investimento atingiu 724 milhões de euros, com a área de energias renováveis e de novos negócios a pesar 46% no total, depois do pagamento de 325 milhões de euros à ACS no terceiro trimestre para comprar 2,9 gigawatts de projetos de energia solar fotovoltaica em Espanha.

Já a produção de petróleo e de gás natural atingiu 35% do investimento total, “maioritariamente alocado à continuação do desenvolvimento dos projetos Tupi e Berbigão/Sururu, no Brasil, assim como os projetos da Área 4 em Moçambique”.

A dívida líquida da energética aumentou para 2,1 mil milhões de euros, “considerando os dividendos pagos a acionistas e a interesses minoritários, bem como o pagamento da transação dos projetos de solar”.

Allianz compra 75% da Galp Gás Natural Distribuição por 368 milhões

A Galp anunciou na segunda-feira que vendeu 75% da Galp Gás Natural Distribuição (GGND) à Allianz Capital Partners.

A energética anunciou que “acordou com a Allianz Capital Partners, em nome das companhias de seguro da Allianz e da Allianz European Infrastructure Fund, a venda de 75,01% da sua participação na
Galp Gás Natural Distribuição, S.A. (GGND), atualmente de 77,5%”.

A Allianz Capital Partners é a gestora de fundos de private equity do grupo segurador alemão. A companhia detém mais ativos em Portugal: a central solar Ourika, com 46 megawatts de potência, em Ourique, distrito de Beja.

A GGND detém nove empresas regionais de distribuição de gás natural em Portugal.

A operação ficou fechada por 368 milhões de euros, com o valor implícito (EV) para 100% da GGND é de 1,2 mil milhões de euros, equivalente a um múltiplo EV de cerca de 13 vezes sobre o EBITDA estimado para 2020″.

“Esta transação está sujeita às aprovações regulatórias usuais e à obtenção de consentimentos de terceiros, sendo a sua conclusão esperada para o primeiro trimestre de 2021”, segundo a empresa.

Os restantes 22,5% da GGND são detidos pelos japoneses da Marubeni que entraram na empresa em 2016.

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