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Galp mantém perspetivas de médio e longo prazo apesar da pandemia

No relatório integrado de gestão, a empresa fala no “clima de incerteza na economia mundial” devido à pandemia de Covid-19, mas não prevê de momento impactos.
24 Março 2020, 15h35

petrolífera Galp mantém as perspetivas de médio e de longo prazo do negócio, mesmo tendo em conta a evolução do surto de Covid-19, segundo a informação divulgada hoje ao mercado.

No relatório integrado de gestão, a empresa fala no “clima de incerteza na economia mundial” devido à pandemia de Covid-19, mas não prevê de momento impactos.

“No entanto, a esta data, as perspetivas futuras de médio e longo prazo do Grupo Galp Energia e que foram incorporados nos testes de imparidade, permanecem inalteradas”, lê-se no relatório disponível no ‘site’ da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Segundo o presidente executivo, Carlos Gomes da Silva, citado no relatório de gestão, a empresa sabe os desafios que tem pela frente e potenciais impactos, estando a trabalhar para apoiar trabalhadores, clientes e “manter a continuidade do negócio de forma segura”.

“Estamos seguros da solidez e resiliência da nossa estratégia que, aliada a uma alocação de capital rigorosa e à forte posição financeira da empresa, nos permitirá ultrapassar as dificuldades e levar-nos mais longe. Os tempos vindouros serão desafiantes cuja reposta exigirá resiliência, adaptabilidade e criatividade”, considerou o gestor.

Ainda na informação hoje disponibilizada ao mercado, a Galp convoca a assembleia geral anual de acionistas para dia 24 de abril, pelas 15:00 (hora de Lisboa), a realizar por meios telemáticos (à distância).

Essa reunião vai deliberar sobre as contas de 2019, política de remunerações dos membros dos órgãos sociais e aplicação de resultados (incluindo dividendos), entre outros pontos da ordem de trabalhos.

No relatório integrado de gestão de 2019, hoje divulgado, a empresa diz que quer assegurar o capital necessário ao programa de investimento previsto pelo que, “considerando a geração de ‘cash flow’ em 2019 e a solidez da estrutura de capital da empresa, o Conselho de Administração irá propor à assembleia geral anual de acionistas um dividendo relativo a 2019 de 0,70 euros por ação, em linha com a progressão prevista anunciada pela empresa”.

Estes dividendos significam mais 10% do que os relativos a 2018.

A Galp teve, em 2019, um resultado líquido anual ajustado (lucros ajustados) de 560 milhões de euros, 21% abaixo do registado em 2018, sendo que de acordo com as normas contabilísticas internacionais (IFRS) a queda foi de 46%, para 389 milhões.

A empresa tem previsto investimento global de 1.000 milhões a 1.200 milhões de euros anuais, dos quais cerca de 40% destinados à transição energética, como energias renováveis.

O investimento em energias limpas faz parte de uma estratégia de transição da petrolífera, mas também de alargar e integrar no portfólio de oferta da Galp com uma opção de eletricidade.

“Vamos combinar geração energia com armazenamento e fornecimento. Queremos diversificar o portfolio, reduzir a pegada de carbono, aumentar vendas aos clientes e aproveitar oportunidades de rentabilidade”, disse o presidente executivo, Carlos Gomes da Silva, em fevereiro em Londres.

Então, a empresa indicou que quer ter uma capacidade de geração de energia solar de 10 gigawatts (GW) até 2030, dos quais 1,4 GW já este ano, e que está em curso o desenvolvimento de mais projetos, que vão aumentar a capacidade gradualmente, para 3,3 GW até 2023 e 10 GW até 2030.

O principal acionista da Galp é a Amorim Energia com 33,34%, sendo Paula Amorim presidente do Conselho de Administração da empresa.

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