A Galp suspendeu temporariamente parte da produção na refinaria de Matosinhos, no distrito do Porto, perante a quebra da procura em Portugal e nos mercados internacionais causada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
“A pandemia da Covid-19 criou constrangimentos no mercado nacional e internacional, forçando a Galp a rever o funcionamento do aparelho refinador em função nomeadamente da necessidade de ativar os procedimentos de segurança respeitantes à respetiva capacidade instalada, assegurando ao mesmo tempo que haverá um nível adequado de combustíveis para satisfazer as necessidades dos portugueses, das empresas e das fábricas”, segundo fonte oficial da Galp.
“Este ajustamento teve já impacto no complexo industrial de Matosinhos, com a suspensão provisória da atividade de apenas uma das três fábricas que a Galp tem em operação naquele complexo industrial”, de acordo com a petrolífera portuguesa.
Como consequência da chegada da pandemia a Portugal no início de março, a petrolífera registou uma quebra anual de 13% na venda a retalho de produtos petrolíferos no primeiro trimestre deste ano.
Questionada sobre se estão previstos despedimentos ou a entrada de trabalhadores em regime de lay-off, a companhia diz que está a “está a avaliar as opções que melhor salvaguardem a saúde e a segurança dos seus colaboradores”.
Sobre os dividendos previstos para este ano, em relação ao exercício de 2019 (69,575 cêntimos), a companhia aponta que “este período singular que atravessamos está a ter um elevado impacto nos negócios da empresa, pelo que a Galp avaliará oportunamente o modo de enquadrar aquela política numa nova realidade”.
Em relação sobre se pretende rever em baixa algumas metas para este ano em termos de lucros e de produção, a petrolífera diz que vai efetuar uma “atualização ao mercado do impacto desta nova realidade que estamos a viver quando apresentar os resultados do primeiro trimestre”.
Na semana passada, o Bloco de Esquerda perguntou ao Governo se vai impedir a distribuição de dividendos pela Galp aos seus acionistas, com os bloquistas a defenderem que este dinheiro deve ser usado para a empresa retomar a sua produção. Sobre este tema, a Galp não quis fazer comentários.
A Galp anunciou a 8 de abril que vai cortar mil milhões de euros em despesas e investimento até ao final de 2021 depois da quebra da procura devido à Covid-19 e do petróleo afundar 50% desde o início do ano. “Considerando a queda acentuada da procura e dos preços dos produtos petrolíferos, a Galp encontra-se a desenvolver ações com vista a reduzir significativamente as despesas nos próximos trimestres”, anunciou a 8 de abril.
A companhia garante estar a “monitorizar diariamente os impactos da evolução da pandemia”, garantindo que vai adequar os “planos de contingência a todas as atividades e infraestruturas sempre que o contexto da pandemia ou as decisões das autoridades políticas e de saúde assim o justifiquem”.
Em 2019, o lucro da Galp caiu 21% para os 560 milhões de euros. Em termos de dividendos, a empresa anunciou um crescimento anual de 10% da remuneração aos acionistas entre 2020 (69,575 cêntimos) e 2021 (76,5325 cêntimos). Os maiores acionistas da Galp são a Amorim Energia (33,34%) e o acionista estatal Parpública com 7,48%.
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