The data center is your platform. Esta foi a frase repetida várias vezes na terça-feira, quando a Google anunciou o Stadia – a sua visão estratégica para o mercado de jogos eletrónicos. A Google pretende competir com as consolas mais poderosas retirando-lhes relevância.

O objetivo é que todas as atividades de processamento e gráficos dos jogos sejam efetuadas nos centros de dados e não no hardware, como até agora. Depois, a plataforma transmite em stream até 4K o jogo em que estamos a jogar, tal como hoje assistimos a um vídeo no YouTube. A visão é que qualquer telemóvel ou computador de recursos limitados passe a ser uma “consola” onde será possível ter acesso aos jogos mais complexos.

É fácil de imaginar que esta redução de fricção permitirá trazer aos jogos muitos milhões de novos jogadores e todos os que até agora dependem de consolas caras e que têm riscos de obsolescência.

O conceito de “gaming as a service” não é novo, mas ganhará enorme escala e funcionalidades ao ser dinamizado pela Google. Mas é fácil sonhar com mais: esta tecnologia poderá servir para revolucionar outras atividades como o ensino, negociação e trabalho cooperativo. E não parece descabido que o conceito de ter a plataforma como local de processamento seja também o futuro da tecnologia Blockchain.