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Ganhos da Galp e da EDP levam PSI 20 a contrariar sentimento negativo na Europa

A maioria das praças europeias reage de forma negativa à indisponibilidade da China para dialogar com os EUA sobre a guerra comercial. A bolsa de Lisboa está em destaque pela positiva, no entanto, com a Galp a brilhar devido ao disparo do preço do Brent.
  • Kai Pfaffenbach/Reuters
24 Setembro 2018, 13h48

O PSI 20 ganha 0,29% para os 5.360,97 pontos a meio da sessão desta segunda-feira, 24 de setembro, com o apoio dos pesos-pesados Galp Energia e EDP a permitir ao índice acionista português contrariar a tendência de quedas na Europa.

A Galp Energia avança 2,07%, para 16.765 euros. Segundo Carla Santos, senior broker da XTB, a subida da empresa liderada por Carlos Gomes da Silva está relacionada com o disparo dos preços dos petróleo. A cotação do barril de Brent escala 2,34%, para 80,64 dólares, máximos de maio deste ano. Por trás da subida estão três fatores: a perspetiva de uma queda na produção nos Estados Unidos, a decisão da OPEP e outros produtores de manter a oferta ao nível atual e as sanções norte-americanas ao crude iraniano.

Segundo a Trafigura e a Mercuria, traders de matérias-primas citados pela Reuters, o mercado petrolífero poderá ficar ainda mais desequilibrado quando as sanções contra o Irão forem implementadas de forma completa a partir de novembro. O resultado poderá ser uma subida do preço do barril de Brent até aos 90 dólares no Natal e para cima de 100 dólares no início de 2019.

A dar suporte adicional ao PSI 20 estão as ações da EDP, que valorizam 0,87%, para 3.252 euros. O Conselho Administrativo da Defesa Económica do Brasil (CADE), regulador da concorrência no Brasil deu luz verde à China Three Gorges Europe (CTG) na Oferta Pública de Aquisição sobre a EDP. No parecer, o CADE refere: “Aprovação sem restrições”.

A OPA dos chineses à EDP terá de ser avaliada por 18 entidades reguladoras em 8 países de dois continentes. No mercado brasileiro, além do CADE, a Agência Nacional de Energia Eléctrica brasileira também terá de se pronunciar.

Entre outros títulos em terreno positivo estão a Pharol (1,55%), a Altri (1,96%) e os CTT (1,07%).

Em sentido contrário, a cotadas do setor do retalho pesam no índice, com a Jerónimo Martins a perder 1,67%, para 12,66 euros, e a Sonae a desvalorizar 0,44%, para 0,903 euros.

Destaque pela negativa ainda para a Mota-Engil, que desce 1,89%, para 2,08 euros por ação, e já acumula um tombo de mais de 25% este mês.  “A Mota-Engil mesmo com as ações de compra de ações próprias não consegue recuperar a confiança dos investidores, que continuam bastante receosos quanto às economias emergentes a qual esta empresa está muito exposta”, sublinhou Carla Santos, da XTB.  “A única coisa que a Mota-Engil tem conseguido é manter o preço da ação acima dos dois euros e se este suporte for quebrado em baixo, poderemos assistir a um sell off na empresa”.

Na Europa a abertura da semana está a ser negativa:  o francês CAC 40 desce 0,18%, o alemão DAX perde 0,32% e o britânico FTSE 100 desvaloriza 0,66%.

“A pesar sobre as decisões dos investidores estão os receios do impacto da guerra comercial dos dois gigantes China e EUA na economia global. Hoje entram em vigor os impostos sobre importações destes dois países e a China recusa o encontro com os EUA, dizendo que não têm receios das ameaças”, vincou Carla Santos.

 

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