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Gestão eficaz da biomassa reduz risco de fogos florestais

A conclusão surgiu num evento da Associação de Energias Renováveis, que se realizou no Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa, com um mesa redonda dedicada à ‘Importância da Biomassa no Mix Energético Nacional’.
24 Abril 2018, 20h46

A gestão eficaz da biomassa reduz o risco de incêndios florestais em Portugal, concluiu-se esta terça-feira num seminário organizado pela Associação de Energias Renováveis (APREN), para assinalar o dia Internacional das Florestas.

Neste evento, que se realizou no Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa, houve uma mesa redonda dedicada à ‘Importância da Biomassa no Mix Energético Nacional’. De acordo com um comunicado da APREN, “no evento foi destacada a importância da biomassa, tanto na produção de energia elétrica como no aquecimento e noutras indústrias como a produção de papel e pastas de papel”.

“Foi ainda realçada a responsabilidade da política pública na remoção e recolha da biomassa residual florestal e o custo da gestão dessa cadeia logística, tendo em conta todos os custos e prejuízos evitados por diminuir o risco de incêndio”, destaca o mesmo documento.

Os intervenientes destacaram ainda as várias utilizações da matéria-prima florestal, como a utilização dos cepos e eucalipto na biorefinaria (biofuel), na indústria do papel e na produção de compostos fitofarmacêuticos (antioxidantes, antimicrobianas e antitumorais).

Para António Sá da Costa, presidente da APREN, “o acréscimo do uso de fontes de energia renovável aliado a medidas de eficiência energética, tem permitido reduzir o consumo e a importância de combustíveis fósseis, e contribuíram consequentemente, para o aumento da representatividade das energias renováveis no consumo final de energia em Portugal.

“Aliás, este cenário foi comprovado em março, o primeiro mês com consumo de eletricidade assegurado exclusivamente por fontes renováveis”, salientou aquele responsável.

No que respeita à biomassa, Sá da Costa referiu que, “Portugal é um país com uma percentagem significativa de floresta e, neste sentido, considero que temos de potenciar esta matéria-prima, mas temos de fazê-lo de forma eficiente.

“É importante haver um aproveitamento eficaz da biomassa no nosso parque florestal e ao utilizarmos os resíduos da floresta estaríamos a contribuir para a diminuição do risco de incêndio e para a redução da sua dimensão, que poderiam ser mais pequenos e controlados. Mas, para que este cenário se verifique é necessário conjugar a limpeza com o ordenamento florestal”, defendeu.

O mesmo responsável acentuou que “os incêndios devastadores de 2017 realçaram a necessidade de um melhor ordenamento do território e de um efetivo sistema de recolha da biomassa exclusivamente residual”.

“Nesse sentido, destaco o novo Plano Nacional de Defesa da Floresta contra Incêndios, que prevê, entre outras iniciativas, o desenvolvimento de novas centrais a biomassa, distribuídas pelos concelhos de maior potencial, antecipando-se que 2018 seja marcado por uma exploração sustentável da bioenergia nacional, concluiu o presidente da APREN.

Para 2018, a APREN aguarda “com grande expectativa”, um grande desenvolvimento da eletricidade solar, fotovoltaica e da bioenergia, condições essenciais para o aproveitamento do elevado potencial do nosso país na irradiação solar e na biomassa florestal.

Este evento contou com a participação da The Navigator Company e do Centro da Biomassa para a Energia (CBE).

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