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Giancarlo Giorgetti: “Dívida dos bancos e novas regras bancárias da UE põem indústria sob pressão”

Em entrevista ao jornal italiano “Il Messaggero”, o vice-presidente do Conselho de Ministros do governo transalpino disse que o governo de Itália não deve ignorar os danos causados aos bancos pela subida das ‘yields’.
21 Outubro 2018, 12h57

O vice-presidente do Conselho de Ministros de Itália considera que fatores como a dívida pública dos bancos e as novas regras bancárias da União Europeia (UE) estão a colocar o setor sob pressão – algo que poderá gerar mais necessidades de capital.

“O aumento no spread (bond yield), o montante de dívida pública que os bancos carregam e as novas regras bancárias da UE colocam a indústria sob pressão e podem gerar a necessidade de recapitalizar os credores mais frágeis”, afirmou Giancarlo Giorgetti, em entrevista ao jornal italiano “Il Messaggero”.

Os bancos italianos têm vindo a levantar capital nos últimos anos para se reestruturarem depois da recessão. Segundo Giancarlo Giorgetti, que pertence ao Liga, um dos dois partidos na coligação no executivo, o governo transalpino não deve ignorar estas variáveis.

Ao mesmo diário, o político italiano disse ainda que o défice orçamental do próximo ano poderá ser menor do que os 2,4% do PIB.

Na sexta-feira, a Moody’s anunciou que baixou o rating de Itália de ‘Baa2’ para ‘Baa3’ – mantendo a perspetiva do país estável – devido a um “enfraquecimento” da força fiscal do país e às metas para o défice orçamental previstas para os próximos anos.

Segundo a agência de notação financeira norte-americana, a dívida pública italiana deverá, provavelmente, estabilizar e manter-se próxima dos atuais 130% do PIB (em vez de iniciar uma tendência de descida, como seria esperado), o que justifica o nível de classificação, de risco moderado.

De acordo com a Moody’s, o downgrade deve-se sobretudo ao facto de o governo de Roma antecipar um défice orçamental para os próximos anos superior àquele que a agência estimava inicialmente. “Além disso, a tendência da dívida pública é vulnerável a perspetivas de crescimento económico mais fracas, o que poderá fazer com que o índice da dívida pública suba ainda mais do seu nível já elevado”, explica o relatório.

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