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Gilberto Lima: “Dados do desemprego não reflectem a realidade do país”

O presidente do Sindicato da Indústria, Agricultura, Comércio e Serviços Afins (SIACSA), Gilberto Lima, afirmou esta manhã, 11, que  os dados sobre o desemprego em Cabo Verde, divulgados semana passada pelo INE, não reflectem a realidade do país. “Há muito por fazer a nível do emprego, sobretudo na camada jovem. Há aspectos na classificação dos que estão empregados que não devia ser”, critica o sindicalista.
11 Abril 2018, 16h05

Gilberto Lima convocou hoje, 11, a imprensa para reagir aos últimos dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) que apontam para a redução do desemprego em Cabo Verde em 2017 – de 15 para 12,2% -, tendo sido supostamente criados 3.727 postos de trabalho.

“Os dados são dados e quem sou eu para dizer que os mesmos não são verídicos, mas continuo a dizer que há muito por fazer a nível do emprego, sobretudo na camada jovem. Há aspectos na classificação dos que estão empregados que não devia ser, nomeadamente os estudantes que não considero empregados, assim como os trabalhos temporários, porque são trabalhos precários e duram só alguns meses”, explicou.

Na opinião do sindicalita, enquanto houver mulheres a dedicar-se ao comércio informal e centenas de despedimentos sem que sejam criados novos postos de trabalho para os mesmos trabalhadores, continua a haver “muito por fazer” para mudar a realidade actual do país no que se refere ao desemprego, começando pela mudança de critérios no cálculo do mesmo.

De acordo com os dados divulgados pelo INE, a taxa de desemprego de 2017 situou-se em 12,2 por cento (%), valor inferior em 2,8 pontos percentuais (p.p.) em relação ao ano anterior, sendo que a população desempregada foi estimada em 28.424 pessoas, tendo diminuído 23,1% (8.531 pessoas) em relação ao ano 2016.

Em relação ao número de inactivos que aumentou em cerca de 19.690 efectivos e a taxa de inactividade que é estimada em 40,8%, o sindicalista considerou que tem a ver com a dinâmica do mercado e com a procura do primeiro emprego por parte dos jovens.

Os mesmo dados referem que os concelhos de Santa Catarina e da Praia apresentaram as maiores taxas de desemprego em 2017 (16,9% e 16,2%, respectivamente), enquanto o município de Tarrafal de São Nicolau apresentou a mais baixa taxa (4,3%). Sal e Boa Vista continuam sendo os concelhos a apresentar as maiores taxas de emprego (71,1% e 70,6%, respectivamente), apesar de uma diminuição em relação ao ano 2016 (74,4% e 75,5%, respectivamente).

As maiores diminuições da taxa de desemprego foram registadas nos concelhos de Santa Cruz e da Praia (6,9 p.p. e 5,9 p.p., respectivamente) e os maiores aumentos foram assinalados nos municípios da Brava (9,0 p.p.) e de São Domingos (8,8 p.p.).

Entre os homens, a taxa de desemprego diminuiu de 12,9% em 2016 para 11,8% em 2017 e entre as mulheres diminuiu de 17,4% em 2016 para 12,8% em 2017. No meio urbano, a taxa de desemprego foi de 13,4% (16,9% em 2016) e no meio rural foi de 8,8% (10,3% em 2016), representando uma diminuição face ao ano anterior de 3,5 p.p. e 1,5 p.p., respectivamente.

No meio urbano, a taxa de emprego fixou-se em 56,7%, registando um aumento de 0,8 p.p. relativo a 2016 (55,9%), enquanto no meio rural fixou-se em 41,8%, registando uma diminuição de 8,8 p.p. relativo a 2016 (50,6%).

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