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Giuseppe Conte tenta salvar negociações com a União Europeia

Primeiro-ministro italiano está a tentar equilibrar a abertura do M5S para negociar e a indisponibilidade da Liga para ouvir a União Europeia. E continua a acreditar que ainda é possível um compromisso para um Orçamento aceitável por todos.
  • Giuseppe Conte
5 Dezembro 2018, 07h35

O debate sobre o Orçamento de Estado em Itália está a provocar grandes fissuras no governo e entre os dois partidos que asseguram a sua existência – a Liga e o Movimento 5 Estrelas (M5S) – com o primeiro-ministro Giuseppe Conte a chamar a si o protagonismo e a última palavra sobre a matéria.

Numa altura em que o M5S está mais disposto que a Liga a aceitar alguma da argumentação de Bruxelas para alterar os pressupostos do Orçamento que foi reprovado pela União Europeia, o primeiro-ministro tem afirmado que está confiante que um acordo – que neste caso quer dizer um Orçamento que a União possa aceitar – está para breve.

“Eu quero assegurar que este governo está comprometido com a discussão com Bruxelas sobre o Orçamento, que fechará de forma positiva”, disse esta terça-feira, citado pelos jornais italianos.

Conte explica que o progresso está a seguir um bom caminho: “no sábado passado, à margem da cimeira do G20 tive um novo encontro muito positivo com o presidente da Comissão Juncker e com o comissário Moscovici, e os mercados financeiros já sentiram esse clima mais positivo”. O diferencial entre as ‘yelds’ a dez anos alemãs e italianas está de volta aos 290 pontos base, consistente com bons fundamentos da nossa economia”, disse ainda.

Mateo Salvini, presidente da Liga, tem optado esta semana por manter-se em silêncio, depois de, na passada semana, ter voltado a incendiar o clima político com a recusa em aceitar ceder às pretensões da União Europeia. Para os analistas, este silêncio significa que não está de acordo com o rumo que as negociações estão a tomar – ou sequer com o factro de existirem negociações.

Pelo seu lado, Luigi di Maio, presidente do M5S tem-se esforçado por parecer mais cordato com a posição de Conte, mostrando preocupação em demonstrar que o primeiro-ministro não está sozinho frente à Comissão Europeia.

Mas os observadores mais críticos afirmam que o caso está a desfazera confiança que existia entre as três personagens centrais deste drama italiano e que as consequências podem resultar na implosão do próprio governo. O que, para a União Europeia, seria possivelmente o pior dos cenários: o país correria o risco de ficar sem um Orçamento – o que, aliás, já sucedeu no passado.

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