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Gondomar estima estragos de dois milhões nas últimas 48 horas

Temos muitas ocorrências relativas aos rios e nível das águas, bem como de muros caídos, derrocadas e inundações que não fizeram vítimas, mas os danos que calculamos só de via pública são da ordem dos dois milhões de euros. Isto só nas últimas 48 horas”, disse o socialista Marco Martins.
Glenn Carstens-Peters on Unsplash
20 Dezembro 2019, 16h44

A Câmara de Gondomar estima que o mau tempo causou nas últimas 48 horas prejuízos de dois milhões de euros e pondera pedir ajuda ao Governo por considerar o valor “incomportável”, disse hoje o autarca local.

“Temos muitas ocorrências relativas aos rios e nível das águas, bem como de muros caídos, derrocadas e inundações que não fizeram vítimas, mas os danos que calculamos só de via pública – sem contabilizar equipamentos como escolas ou espaços privados – são da ordem dos dois milhões de euros. Isto só nas últimas 48 horas. Estamos a ponderar pedir ajuda ao Governo porque é um valor incomportável para a Câmara”, disse o socialista Marco Martins.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara de Gondomar, distrito do Porto, indicou que as margens dos rios Ferreira e Sousa transbordaram, causando inundações nas zonas do Covelo, Foz do Sousa e São Pedro da Cova.

Quanto aos rios Tinto e Torto não transbordaram “para já”, como disse Marco Martins cerca das 15:30, mas “o nível das águas já causava preocupação” nas zonas de Fânzeres e Baguim do Monte.

Quanto ao caudal do rio Douro, este no concelho de Gondomar fez com que o passadiço de Gramido esteja submerso.

“Já há peças do passadiço a flutuar”, disse o presidente da Câmara de Gondomar, acrescentando que em todo o concelho estão cortadas “cerca de 12 e 14 estradas municipais”.

A passagem da depressão Elsa, em deslocação de norte para sul, provocou em Portugal dois mortos, um desaparecido e deixou perto de 80 pessoas desalojadas, registando-se entre quarta-feira e as 12:00 de hoje cerca de 7.000 ocorrências, na sua maioria inundações e quedas de árvore.

Num balanço feito ao início da tarde, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) referiu que os distritos mais afetados são Porto, Viseu, Aveiro, Coimbra, Braga e Lisboa.

Segundo a Proteção Civil, até às 20:00 deverá verificar-se um agravamento do estado do tempo, sendo depois expectável que a situação comece a estabilizar.

O mau tempo provocou também danos na rede elétrica, afetando a distribuição de energia a milhares de pessoas, em especial na região Centro.

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) tem hoje sob aviso laranja (o segundo mais grave) 12 distritos de Portugal continental e a costa norte da Madeira devido sobretudo à agitação marítima. Leiria, Santarém e Portalegre estão sob aviso laranja também devido às previsões de precipitação forte durante a tarde.

O IPMA alertou para os efeitos de uma nova depressão, denominada Fabien, que atingirá Portugal no sábado, em especial o Norte e o Centro, estando previstos intensos períodos de chuva e vento forte de sudoeste, com rajadas que podem atingir 90 km/hora no litoral norte e centro e 120 km/hora nas terras altas.

Segundo o IPMA, os efeitos da depressão Fabien não deverão ter em Portugal continental a mesma intensidade do que os da tempestade Elsa, prevendo-se uma melhoria gradual do estado do tempo a partir de domingo.

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