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Google vai renunciar a colaboração militar com Pentágono

O contrato vinha sendo contestado pelos funcionários e motivou inclusive uma petição subscrita por mais de 4.000 trabalhadores.
  • Steve Marcus/Reuters
2 Junho 2018, 10h14

A Google vai renunciar a uma colaboração em matéria de inteligência artificial com o Pentágono, um contrato que provocou uma grande agitação entre os funcionários da gigante tecnológica.

Um dirigente do grupo informou, na passada sexta-feira, os empregados que o contrato com o Departamento de Defesa dos Estados Unidos da América não será renovado assim que expirar no próximo ano, noticiam o jornal New York Times e o ‘site’ especializado Gizmodo, citados pela France-Press.

Questionada pela agência de notícias francesa, a Google não respondeu.

Avaliado pela imprensa em menos de dez milhões de dólares (cerca de 8,5 milhões de euros), o contrato – sobre o qual a Google mantém-se discreta – desencadeou nas últimas semanas a indignação de milhares de funcionários da empresa, que consideravam esta colaboração com os militares contrária aos valores da Google.

Em meados de maio, uma petição lançada em fevereiro para pedir à Google para ficar de fora “do comércio da guerra” foi subscrita por mais de 4.000 funcionários, sendo que uma dúzia ameaçou mesmo demitir-se, embora se desconheça se tal sucedeu.

“Exigimos que o projeto ‘Maven’ seja anulado e que a Google escreva, torne pública e implemente uma política clara dizendo que a Google ou as suas subcontratadas nunca vão desenvolver tecnologia de guerra”, refere a petição.

O projeto em causa concentra-se em drones e no uso de inteligência artificial para ajudar aqueles aparelhos a distinguir melhor os seres humanos dos objetos.

Organizações como a Electronic Frontier Fundation ou o Comité Internacional para o Controlo de Armas Robôs consideraram que tal abre caminho à eliminação de toda a intervenção humana nas missões dos drones.

Os militares dos Estados Unidos da América e de outros países usam drones, remotamente controlados por pessoas, para missões de reconhecimento, inteligência ou efetuar bombardeamentos, por exemplo no Afeganistão.

A Google, mas também a Microsoft ou a Amazom, estão a tentar alcançar um contrato com o Pentágono que pretende utilizar a computação em nuvem.

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