O Governo português arrasou as sugestões do fundo abutre Elliott sobre alienações de ativos da EDP no Brasil, acarinhando os princípios da OPA que a China Three Gorges (CTG) lançou à elétrica gerida por António Mexia. Esse é o tom da entrevista dada á agência Reuters pelo ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Matos Fernandes.
Na entrevista dada à Reuters, Matos Fernandes disse explicitamente que a proposta que o fundo ativista Elliott fez à EDP-Energias de Portugal, no sentido de “vender o seu negócio no Brasil não é muito feliz”. Além disso, o ministro disse que o Governo português “vê com muitos bons olhos os princípios da OPA da CTG”.
O ministro do Ambiente considera que o Brasil “é um mercado com grande capacidade de crescimento”, sendo “muito importante no contexto da América Latina, que é um contexto normal de expansão e de partilha de ‘know how’ para as empresas portuguesas”.
Matos Fernandes adiantou que não queria cometer ingerências nas matérias que pertencem aos acionistas da EDP, mas deixou bem claro que a ideia proposta pelo fundo abutre Elliott, de vender o Brazil não nos parece uma ideia muito feliz”.
“A EDP é livre de tomar as decisões que quiser tomar, mas vender o Brasil, sair do Brasil, não nos parece que seja importante para aquilo que a EDP representa para a economia nacional. E a EDP quererá certamente ser cada vez mais um player mundial no contexto das renováveis”, sublinhou o ministro da entrevista à Reuters.
Além da presença no Brasil, a EDP tem um grande investimento nos EUA, apoiada pelo Estado chinês, que é o maior acionista da EDP com 28% do seu capital, através dos 23% detidos pela CTG e dos 5% da CNIC.
O fundo Elliott enviou à EDP uma alternativa à OPA da CTG, propondo que a EDP “cristalize 7.600 milhões de euros de valor com vendas de ativos, incluindo a alienação dos 51% que a elétrica portuguesa tem na EDP Brasil, por 2.300 milhões de euros.
Em sentido contrário às propostas do fundo abutre, Matos Fernandes reconheceu à Reuters que a “OPA robustece a EDP”. Os preços da oferta da CTG para comprar a EDP e a EDP Renováveis, respectivamente, de 3,26 euros por acção e de 7,33 euros, foram rejeitados pelas duas empresas portuguesas.
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