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Governo angolano investiga casos identificados em Portugal com origem em Angola

A ministra angolana da Saúde, Sílvia Lutucuta, disse neste domingo, 10 de maio, que está a trabalhar com as autoridades sanitárias portuguesas para saber mais sobre os casos de Covid-19 identificados em Portugal com origem em Angola. Estão também a ser testados passageiros provenientes de Portugal nos voos da transportadora angolana TAAG entre 17 e 20 de março.
11 Maio 2020, 11h38

A ministra angolana da Saúde, Sílvia Lutucuta, disse neste domingo, 10 de maio, que está a trabalhar com as autoridades sanitárias portuguesas para saber mais sobre os casos da Covid-19 identificados em Portugal com origem em Angola.

Segundo o relatório da situação epidemiológica divulgado diariamente pela Direção-Geral da Saúde, Portugal registava seis casos importados de Angola.

“Desde o primeiro momento em que tomamos contacto com esta notícia, iniciamos contactos por via diplomática e direta com as instituições de saúde de Portugal e estamos a fazer um trabalho conjunto para esclarecimento desta situação”, disse Sílvia Lutucuta numa conferência de imprensa em Luanda citada pela site Angola24horas.

“Ainda não temos dados, há um trabalho profundo de análise epidemiológica destes casos que tem de ser feito e será feito durante os próximos dias”, acrescentou.

Sílvia Lutucuta anunciou ainda que após ter sido concluída a testagem dos passageiros provenientes de Portugal nos voos da transportadora angolana TAAG entre 17 e 20 de março, será feito o mesmo procedimento com outras companhias aéreas.

Entre os passageiros, apenas um testou positivo, um cidadão da Guiné-Conacry, residente no bairro Hoji Ya Henda, em Luanda, e que está associado a casos transmissão local já identificados pelas autoridades de saúde angolanas.

Segundo o site Angola24horas, Sílvia Lutucuta garantiu que a capacidade de testagem vai aumentar, com três novos centros de diagnóstico em Luanda, e que o objetivo é alargar para outros pontos do país, incluindo as províncias de Benguela, Huambo e Huílal, até ao fim da próxima semana.

Questionada sobre o número de testes que são feitos em média e o tempo necessário para obter os resultados, a ministra notou que o método usado, o RT-PCR, “é um teste complexo” que exige capacidade técnica e demora, em média, seis horas para ser executado.

“Com a pressão que temos, já chegámos a períodos em que tínhamos 1500 amostras para processar. Se nós temos capacidade média para três dias, há períodos em que demoramos mais tempo a dar os resultados, pode demorar 72 horas ou mais, mas em média em 48 horas temos os resultados dos nossos testes”, indicou.

Angola registou até ao momento 45 casos positivos de covid-19, dos quais dois resultaram em morte.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 279 mil mortos e infetou mais de quatro milhões de pessoas em 195 países e territórios.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

O número de casos da Covid-19 em África ultrapassou ontem os 60 mil e 2.223 pessoas morreram em 53 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.

Entre os países africanos que têm o português como língua oficial, a Guiné-Bissau lidera em número de infeções (641 casos e três mortos), seguindo-se a Guiné Equatorial (439 e quatro mortos), Cabo Verde (246 e duas mortes), São Tomé e Príncipe (212 casos e cinco mortos), Moçambique (91) e Angola (45 infetados e dois mortos).

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