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Governo assume que reestruturação da TAP “não vai ser fácil”

Questionado se podem vir a ter lugar despedimentos na empresa, no âmbito deste plano de reestruturação, o Governo não quis estar a fazer cenários. “Temos muitos caminhos para percorrer seja em relação às rotas, à frota ou ao número de trabalhadores da TAP”, afirmou o ministro Pedro Nuno Santos.
  • José Sena Goulão/Lusa
3 Julho 2020, 00h31

O Governo assumiu na quinta-feira, 2 de julho, que o plano de reestruturação que a TAP vai ter de enfrentar “não vai ser fácil”.

“O processo de reestruturação vai ser fácil? Não, não vai”, assumiu o ministro das Infraestruturas na quinta-feira. “Não queremos ter uma empresa sobredimensionada, para não desperdiçar os recursos dos portugueses”, particularmente numa altura em que o setor mundial da aviação enfrenta uma grave crise.

“Queremos fazer um processo de reestruturação saudável do ponto de vista financeiro e preparado do ponto de vista operacional para o futuro”, destacou Pedro Nuno Santos.

Numa primeira fase, a TAP vai receber do Governo uma tranche de 250 milhões de euros, que faz parte do empréstimo total de 1.200 milhões de euros. Como a TAP não tem dinheiro para pagar de volta este empréstimo no prazo de seis meses, a TAP terá de ser submetida a um plano de reestruturação, conforme estipulado pela Comissão Europeia.

Depois, o acionista Estado tem um prazo de seis meses para apresentar em Bruxelas o plano de reestruturação da TAP que terá de ser aprovada pelo Comissão Europeia.

Questionado se podem vir a ter lugar despedimentos na empresa, no âmbito deste plano de reestruturação, o Governo não quis estar a fazer cenários.

“Inevitabilidades não as assumo. Não é por desonestidade, mas não faz sentido estar a assumir cenários que decorrerão do plano de reestruturação”, começou por dizer o ministro das Infraestruturas em conferência de imprensa na noite de quinta-feira.

“As soluções para um processo de reestruturação são várias. Há uma negociação a ser feita com a Comissão Europeia, há uma defesa a ser feita pelo Estado da TAP junto da Comissão Europeia, e temos muitos caminhos para percorrer seja em relação às rotas, à frota ou ao número de trabalhadores da TAP”, afirmou Pedro Nuno Santos na conferência de imprensa onde foi anunciado que o Estado reforçou a sua posição no capital da TAP para 72,5%, com David Neeleman a sair e Humberto Pedrosa a ficar com 22,5%, e os restantes 5% a ficar nas mãos dos trabalhadores.

“As soluções são diversas, esse é um processo que será difícil, exigente, mas não assumiria já qualquer tipo de inevitabilidade. As opções são várias e temos que começar rapidamente a desenhar o plano de reestruturação da empresa para depois começar a perceber como e que o vamos executar. Esse e um trabalho de grande desafio, mas não precisamos nesta fase de assumir inevitabilidades que decorrerão necessariamente da definição estratégica e da reestruturação que será feita no futuro”, destacou o governante.

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