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Leão aumenta estimativa do défice para 4,5% este ano e abandona meta de abaixo dos 3% para 2022

No Programa de Estabilidade, o Governo revê em alta as projeções do défice para este ano e para 2022. Para o próximo ano espera agora um défice de de 3,2% do PIB.
  • João Leão Discussão Oe 2021
    Tiago Petinga/Lusa
15 Abril 2021, 13h06

O Programa de Estabilidade 2021-2025 revê em ligeira alta a projeção do défice para este ano para 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB), acima dos 4,3% do PIB, previstos no Orçamento do Estado para 2021 (OE2021). O Governo aproveita ainda a confirmação da suspensão da disciplina orçamental de Bruxelas no próximo ano e revê em alta também a projeção do saldo orçamental para 2022, estimando um défice de 3,2% do PIB, face aos 2,8% anteriormente previstos.

“Recentemente foi divulgado o défice de 2021 de 5,7%. Para este ano prevemos uma redução do défice de 1,2% do PIB. Portanto, temos aqui uma redução bastante menor do que tinha sido anunciado no OE2021, que era uma redução de 3% do défice”, anunciou o ministro das Finanças, João Leão, em declarações aos jornalistas após a aprovação do Programa de Estabilidade em Conselho de Ministros, esta quinta-feira.

O governante explicou que “esta redução gradual do défice de 2020 para 2021 tem a ver com o efeito da terceira vaga da pandemia e das medidas de confinamento, que levaram a aumentar os apoios à atividade económica e às famílias e às empresas”, salientando que “levou a que o défice tenham redução mais gradual do que era esperado”.

João Leão anunciou que em 2022 o défice irá atingir 3,2% do PIB e que a partir de 2023 o défice irá diminuir para abaixo de 3%. Em 2023, espera assim um défice de 2,2%, em 2024 de 1,6% e em 2025 de 1,1%.

O ministro das Finanças, João Leão, já tinha sinalizado que o défice orçamental se deveria fixar entre os 4,5% e 5% do PIB, acima da previsão de 4,3% do PIB previstos no OE2021, depois de em janeiro, do Terreiro do Paço, ter chegado a indicação de que “a segunda vaga da pandemia, mais intensa do que o esperado, e as medidas restritivas de confinamento associadas, com maiores apoios ao rendimento das famílias e às empresas, deverão conduzir a uma revisão em baixa do cenário macroeconómico e do saldo orçamental para 2021”.

As projeções do Governo para o saldo orçamental vão, assim, fixar-se acima dos 4,1% previstos pelo Conselho das Finanças Públicas, mas abaixo dos 5% projetados pelo Fundo Monetário Internacional e dos 6,3% previstos pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE).

(Atualizado às 13h33)

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