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Governo britânico paga metade da conta para atrair clientes de volta aos restaurantes

Os residentes no Reino Unido vão poder mandar metade da conta do restaurante para o Ministério das Finanças durante o mês de agosto. Desconto tem um limite de 11 euros por pessoa e não inclui álcool.
3 Agosto 2020, 15h20

Durante o mês de agosto, o governo de Boris Johnson comprometeu-se a pagar 50% da conta para atrair britânicos aos restaurantes, bares e pubs e outros locais que sirvam refeições no Reino Unido.

A iniciativa “Eat Out to Help Out” já tinha sido anunciada pelo ministro das Finanças Rishi Sunak, e faz parte de um esquema de ajuda ao setor da restauração que foi fortemente abalado pela pandemia da Covid-19 devido às medidas de confinamento, não só a níveis de faturação mas também de desemprego. Quase 80% de todos os locais que servem refeições fecharam no início de abril, com mais de 1,4 milhões de pessoas dispensadas dos seus empregos a tempo inteiro, o maior número em qualquer setor, segundo dados das próprias Finanças britânicas.

O desconto tem um limite de 10 libras (11 euros) por pessoa e não inclui álcool. Não há limite para o número de refeições que cada britânico pode fazer num mesmo local e não é preciso qualquer documento ou voucher para aceder a este desconto, que será automaticamente deduzido das contas de todas as mesas durante o período em que estiver em vigor. Atualmente, mais de 72 mil estabelecimentos estão abrangidos pelo esquema.

O último estudo sobre o setor da hotelaria e restauração (2015) mostra que 4,5 milhões de pessoas são diretamente ou indiretamente dependentes do seu trabalho em restaurantes, bares, cafés ou hotéis para viver, o que corresponde a cerca de 10% da população ativa do Reino Unido. Porém, os dados do Governo mostram um número mais reduzido: 1,8 milhões de pessoas.

Apesar desta iniciativa, nem todos consideram que poderá trazer bons resultados a longo prazo. Jim Harra, chefe do departamento do Tesouro, que avalia as medidas do Governo e dá seguimento aos pagamentos decididos pelo ministro das Finanças, admite não estar totalmente convencido argumentando que a medida pode acabar por não se revelar uma medida que realmente ajude a fixar empregos. Por sua vez, a parlamentar dos Liberais Democratas Munira Wilson, porta-voz da saúde do partido contesta a medida por estarem incluídos restaurantes de fast food numa altura em que vários estudos sugerem que a obesidade é um dos dos mais influentes fatores de risco para a progressão negativa dos sintomas da Covid-19.

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