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Governo cabo-verdiano estuda linha de microcrédito para apoiar pescadores e peixeiras

O Ministério da Economia Marítima cabo-verdiano pretende criar uma linha de micro-crédito destinada aos pescadores e peixeiras, para dinamizar a economia do mar e o desenvolvimento integrado e sustentável das pescas em Cabo Verde.
  • Reuters
11 Fevereiro 2019, 10h13

O Ministério da Economia Marítima cabo-verdiano pretende criar uma linha de micro-crédito destinada aos pescadores e peixeiras, para dinamizar a economia do mar e o desenvolvimento integrado e sustentável das pescas em Cabo Verde.

A informação foi avançada à Inforpress, pelo técnico da direção-geral dos Recursos Marinhos, Emílio Sanches, esta segunda-feira, na cidade da Praia, momentos antes de fazer a sua intervenção no debate sobre a “Pesca Sustentável” Políticas Públicas ligadas ao sector das pescas, promovida pela Fundação “Nós Tchada” do bairro de Achada Grande Frente, no âmbito do Dia Nacional do Pescador, celebrado a 5 deste mês.

“Há uma previsão de criação de um banco de pequenas e médias empresas que vai criar incentivos para concessão de créditos aos pescadores e peixeiras”, revelou o responsável que assegurou que, neste momento, está-se a trabalhar na criação deste banco e nos procedimentos de como serão concedidos os empréstimos.

No entender de Emílio Sanches, para melhorar o sector das pescas em si e torná-la mais sustentável, é necessário criar os incentivos aos pescadores e peixeiras, com introdução de malas térmicas, apoia na reabilitação das suas embarcações com introdução de motores fora de borda.

Segundo o técnico, estas e outras, são medidas que constam do programa do Governo e no Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável que, no seu entender, vão melhorar as condições de trabalho, ajudar no ganha pão desses profissionais ligados ao mar e tornar o sector mais sustentável.

Por outro lado, o presidente da Câmara Municipal da Praia, Óscar Santos que presidiu à cerimónia de abertura, avançou que a autarquia poderá ajudar na organização dos mercados de peixe, mas sublinhou que o sector precisa de uma melhor organização.

“Por exemplo, no mercado da Praia, podemos constatar que existem muitas pessoas que não são peixeiras dentro daquele espaço comercial, situação essa que acaba por inibir os clientes de entrarem”, avançou o edil praiense que disse que esses profissionais têm de levar em conta e ter a noção que o sector das pescas é uma actividade económica e rentável, não apenas um meio de sobrevivência.

Para Óscar Santos, o ramo das pescas em si é um sector “altamente rentável”, mas infelizmente não é explorado nem aproveitado como deve ser, e a câmara sozinha não pode fazer muito.

“Em 2018 apresentamos um projetpeixe de criação do mercado de peixe no caís da Praia, à volta de 50 mil contos com o financiamento do Banco Mundial no sentido de começarmos a organizar o sector desde o momento em que o pescado chegue ao porto”, explicou o presidente que desafiou os profissionais a olharem para este sector como atividade empresarial.

O autarca realçou ainda a importância de formar e capacitar as pessoas que estão na venda com conhecimento mínimo de gestão para que possam organizar e terem a ideia de onde colocar o pescado, mas também dotar e organizar os profissionais da pesca artesanal com mais equipamentos e formação para que possam sentir que é uma atividade rentável.

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