[weglot_switcher]

Governo de Cabo Verde: “Assédio a turistas não vai continuar a ser tolerado”

O líder do executivo cabo-verdiano propõe ainda que a problemática da sustentabilidade do turismo seja vista na ótica de oportunidades.
19 Fevereiro 2019, 11h39

O primeiro-ministro de Cabo Verde propôs que a problemática da sustentabilidade do turismo seja vista na ótica das oportunidades e adiantou que, para um turismo de qualidade e inclusivo, o estatuto de utilidade turística está a ser revisto.

De acordo com Ulisses Correia e Silva, vão ser criados incentivos específicos para a promoção de pequenos estabelecimentos hoteleiros, de acomodação e do turismo de habitação no âmbito do programa «Uma família, um turista». Além disso, a certificação de qualidade da oferta turística é o outro aspeto que está a ser trabalhado, assim como a institucionalização das carteiras profissionais neste sector.

“Oportunidade de estruturar ofertas turísticas em ilhas que apresentam características naturais, orográficas, paisagísticas e endémicas que fazem delas destinos turísticos rurais e de natureza. São os casos de Santo Antão, São Nicolau, Santiago, Fogo e Brava”, exemplificou, no I Fórum Nacional do Ambiente e Turismo, realizado na ilha da Boa Vista. O governo considera que nestas ilhas ainda há muito a fazer para dar resposta à “importante e crescente procura pelos mercados”.

Ulisses Correia e Silva lembrou que o turismo é a atividade central da estratégia de desenvolvimento de Cabo Verde pelo efeito que provoca nos vários segmentos de atividade económica, sobre o investimento, o emprego e o crescimento do país. “Para isso, estamos a salvaguardar e a valorizar a segurança e a estabilidade política, social e económica, melhorar as conectividades que nos ligam ao mundo e nos integram em termos de transportes, telecomunicações, internet, domínio de línguas estrangeiras e qualificação do capital humano”, especificou.

Ao que o governante indicou, à margem deste evento, o arquipélago está a reforçar e a melhorar as medidas de planificação, de ordenamento e de valorização das áreas protegidas e no quadro do ecossistema ambiental e social atenção especial está a ser dada à requalificação urbana e ambiental das cidades e das localidades.

“O crescimento do turismo não pode continuar a provocar o crescimento de barracas e de zonas problemáticas em termos de habitação, de saneamento e de segurança. Temos que antecipar os fenómenos e construir soluções que facultem ofertas de habitações que acompanhem os ritmos dos investimentos em hotéis”.

O governo considera que a “tranquilidade dos cidadãos e as regras do civismo devem ser asseguradas e alertou as câmaras municipais para a necessidade da organização e do ordenamento da atividade comercial, bem como o cumprimento das posturas municipais. “O assédio a turistas não vai continuar a ser tolerado”, avisou.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.