“As manifestações são uma prática comum em democracia e estou certo de que os promotores da manifestação terão os cuidados indispensáveis para que a manifestação seja viva, ordeira e respeitadora da lei”, afirmou aos jornalistas Santos Silva, que se deslocou à capital belga, Bruxelas, para participar numa reunião na sede da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, sigla em português).
Profissionais da PSP e da GNR têm prevista para quinta-feira, em Lisboa, uma “manifestação conjunta e pacífica” para exigir ao novo Governo “a resolução rápida” dos problemas que ficaram por resolver na anterior legislatura.
Com o lema “tolerância zero”, a manifestação é organizada pela Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) e Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR) e começa às 13:00 no Marquês de Pombal e ruma à Assembleia da República, com concentração marcada para as 16:00.
Apesar de o ministro da Administração Interna se ter reunido na quinta-feira passada com os sindicatos mais representativos da PSP e na segunda-feira com a APG/GNR, as estruturas decidiram manter o protesto, por ainda não estar definido um calendário para a resolução rápida dos problemas, mas apenas uma agenda de reuniões negociais.
O protesto já conta com apoio de outras associações sindicais e do autodenominado Movimento Zero, cuja composição é desconhecida.
O Movimento Zero foi criado através das redes sociais e dele fazem parte agentes da PSP e militares da GNR.
Na última legislatura, elementos das forças de segurança fizeram vários protestos, em defesa das carreiras e dos salários, mas nenhum assumiu contornos violentos, como o que ocorreu em março de 2014, igualmente junto à Assembleia da República, onde chegou a haver confrontos entre o Corpo de Intervenção e os manifestantes, quando estes derrubaram as barreiras policiais e tentaram subir as escadarias do parlamento, tendo resultado em 10 feridos.
Num universo de cerca de 20.000 efetivos da PSP, existem 18 sindicatos na polícia com cerca de 4.000 dirigentes e delegados, mas a legislação sobre as associações profissionais da polícia foi revista, determinando os critérios para terem capacidade para negociar com o Governo.
As associações esperam que seja a manifestação de quinta-feira seja o maior protesto conjunto das forças de segurança e que corra de forma pacífica e ordeira.
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